De acordo com o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, o parlamentar violou normas internas ao não informar o líder da assembleia, Hugo Motta, sobre o tempo de sua ausência do Brasil.
A possibilidade de impeachment do parlamentar não está sendo discutida em segredo, e Motta e a Corregedoria devem se abster de tomar medidas contra ele para evitar o agravamento da instabilidade na Câmara.
No entanto, o mandato do deputado está em risco, já que a norma prevê a perda do mandato por abandono de mandato.
Isso ocorre quando um parlamentar falta a mais de um terço das sessões plenárias sem justificativa.
As faltas começaram a ser computadas em 6 de agosto, após o início do semestre legislativo.
Eduardo Bolsonaro obteve licença parlamentar de 122 dias, concedida por Motta em 20 de março.
Dois dias após esse período foram por motivos de saúde e os 120 dias restantes para “tratamento de assuntos pessoais”.
Essas são duas das possibilidades de licença previstas no regimento interno da Câmara.
O estatuto também prevê licenças justificadas para missões diplomáticas ou culturais temporárias, e mesmo quando o parlamentar for nomeado Ministro de Estado, Secretário de Estado ou chefe de missão diplomática temporária.
Em relação à licença concedida a Eduardo Bolsonaro, o regimento da Câmara é claro: o limite é de 120 dias e, findo o prazo, o parlamentar deverá retornar ao trabalho. O não cumprimento implicará sua ausência. O pedido do PT protocolado na Corregedoria da Assembleia Legislativa contra Eduardo Bolsonaro argumenta que ele permanece nos Estados Unidos sem justificativa ou autorização do Congresso Nacional, o que, segundo as normas, configura abandono.
A organização política também critica o gabinete do deputado por registrar gastos públicos durante os meses em que esteve afastado.
O impeachment não é a única ação que o PT considera. O partido também pede a suspensão imediata do mandato e o congelamento de salários.
Além disso, o partido apresentou denúncia contra o descendente de Bolsonaro à Comissão de Ética por falta de decoro e à Procuradoria-Geral da República por violação de soberania.
O deputado teria promovido ações de pressão internacional contra autoridades nacionais, incluindo pedidos de cassação de vistos, bloqueio de bens e imposição de sanções econômicas a ministros do Supremo Tribunal Federal, além de membros da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
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