Terça-feira, Agosto 19, 2025
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Lula defende o programa Mais Médicos e condena o bloqueio contra Cuba

Brasília, 16 ago (Prensa Latina) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba, que já dura mais de seis décadas, e defendeu o programa Mais Médicos, implementado no Brasil em 2013 em cooperação com a ilha.

Na quarta-feira, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou a revogação de vistos para funcionários do governo brasileiro, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e seus familiares, que colaboraram com o programa de cooperação em saúde.

Os vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales, Secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério e atual coordenador-geral da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em 2025, foram revogados.

“É importante que vocês saibam que nossa relação com Cuba se baseia no respeito a um povo que foi vítima de um bloqueio por 70 anos. Hoje, eles se encontram em situação de necessidade, sob um bloqueio injustificável. Os Estados Unidos lutaram uma guerra e perderam”, denunciou Lula em evento no município de Goiana, em Pernambuco.

Desde o início de seu segundo mandato, o governo do presidente americano Donald Trump vem tentando restringir os países que recebem profissionais cubanos.

Cuba conta com esse programa de cooperação desde a década de 1960. Ao longo de sua história, 605 mil médicos da ilha atuaram em 165 países.

Médicos cubanos participaram do Mais Médicos no Brasil, em cooperação com a OPAS, de 2013 a 2018.

Para Lula, a criação do programa foi necessária para sanar deficiências existentes no sistema de saúde do país.

Durante o governo Jair Bolsonaro, o programa mudou de nome e foi reformulado e ampliado durante o terceiro mandato do ex-líder trabalhista, iniciado em janeiro de 2023.

Após a saída dos profissionais caribenhos em 2018, Lula agradeceu aos cubanos que participaram do programa e a Cuba por ajudar outros povos do mundo com sua medicina.

“Como seria bom se tivéssemos, como Cuba, médicos para até exportar para outros países!”, afirmou o ex-líder sindical em carta enviada ao povo cubano após o término de sua participação na iniciativa.

Ele afirmou que os laços de fraternidade entre os povos do Brasil e de Cuba são muito mais fortes do que o ódio irracional, e que os profissionais cubanos “conquistaram o carinho e a gratidão de milhões de brasileiros”.

Por isso, quero dizer ao povo cubano: tenham muito orgulho de seus médicos e de suas faculdades de medicina. Vocês conquistaram milhões de admiradores, milhões de pessoas gratas no Brasil, enfatizou o fundador do Partido dos Trabalhadores na ocasião.

ro/ocs/bj

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