De Moraes, que aceitou um pedido da defesa de Braga Netto, também atendeu ao pedido dos advogados de Anderson Torres e concordou com uma acareação entre o ex-ministro da Justiça e o general Marco Antônio Freire Gomes, que comandou o Exército em 2022 e é testemunha no processo por tentativa de golpe de Estado.
Braga Netto e Cid devem se desafiar no dia 24 de junho, às 10h (horário local), na sala de audiências do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma hora depois, será a vez de Torres e Freire Gomes.
Braga Netto, que está preso em uma unidade militar no Rio de Janeiro, deve comparecer pessoalmente ao tribunal, usando uma tornozeleira eletrônica e viajando para Brasília na segunda-feira.
Imediatamente após o julgamento, o general deve retornar à prisão na capital do Rio de Janeiro. Ele não poderá se comunicar com ninguém, exceto com seu advogado, durante esses dias.
Após a decisão de Moraes, a defesa de Braga Netto solicitou que a acareação fosse adiada para 27 de junho, pois um dos advogados estará viajando na terça-feira.
O juiz relator do caso ainda não se pronunciou sobre essa reclamação.
Os advogados desejam esclarecer pontos que consideram inconsistentes nas versões apresentadas durante os depoimentos no caso.
No documento enviado ao STF, os advogados do general alegam que há “contradições irresolúveis” entre as versões apresentadas até o momento.
Eles argumentam que o confronto entre Braga Netto e Cid busca esclarecer as diferenças em relação ao chamado plano Adaga Verde e Amarela, que incluía desde o monitoramento até o assassinato de autoridades.
A ideia dos advogados é confrontar a versão de Cid de que o general teria dado dinheiro para financiar as operações da conspiração.
No caso de Torres, os advogados argumentaram que é necessário verificar a declaração de Freire Gomes sobre a suposta participação do ex-ministro em reuniões com conotações golpistas.
O tribunal superior está intensificando a ação legal contra ex-membros do campo de Bolsonaro (apoiadores de Bolsonaro), em um processo que busca esclarecer a tentativa de ruptura institucional que ocorreu após as eleições de 2022.
Essas audiências de confronto são vistas como uma etapa fundamental na consolidação de provas em meio a uma investigação que envolve oficiais militares, políticos e ex-assessores do ex-presidente.
A expectativa é que as decisões que surgirem desses confrontos possam influenciar não apenas os processos criminais, mas também o clima de polarização que marca o Brasil.
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