Segunda-feira, Junho 09, 2025
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Brasil inicia fase de interrogatório de núcleo crucial do golpe

Brasília, 9 jun (Prensa Latina) O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil inicia hoje o interrogatório do chamado núcleo crucial de uma tentativa de golpe, composto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete membros de seu governo (2019-2022).

As audiências serão realizadas presencialmente na sede do STF na capital, com exceção do general Walter Braga Netto, que comparecerá por videoconferência devido à sua prisão preventiva.

O primeiro a ser interrogado será Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro e colaborador do sistema de justiça, em uma sessão que começará às 14:00, horário local, e durará até as 20:00.

Cid é uma figura-chave na investigação, tendo entregue documentos e testemunhos que implicam diretamente o ex-presidente de extrema-direita e seu círculo mais próximo.

Se for necessário continuar com os interrogatórios, De Moraes já marcou datas adicionais: 10, 11, 12 e 13 de junho.

O magistrado ressaltou que os acusados têm o direito constitucional de depor ou permanecer em silêncio, sem prejuízo de sua defesa.

Uma vez concluídos os pedidos, o juiz elaborará um relatório detalhado sobre o caso e emitirá seu voto.

O documento servirá de base para o julgamento na primeira turma do Supremo Tribunal Federal, composta pelos ministros Cristiano Zanin (presidente), Cármen Lúcia Antunes, Flávio Dino, Luiz Fux e o próprio De Moraes como relator do caso.

Não há data definida para a conclusão do relatório ou para o início da análise, mas espera-se que o processo seja incluído na pauta do STF entre setembro e outubro.

Tal julgamento é considerado um dos mais importantes da história recente do Brasil, pois envolve uma figura central da política nacional e aborda a gravidade das tentativas de subversão da ordem democrática.

De acordo com a Procuradoria Geral da República, o grupo central planejou ações para impedir a transferência pacífica de poder para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva após vencer as eleições de 2022. Os réus foram acusados dos crimes de tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, participação em organização criminosa armada, danos agravados e danos a bens imóveis. Juntas, as sentenças podem chegar a 43 anos de prisão.

As investigações revelaram documentos, reuniões clandestinas e uma minuta de decreto prevendo a intervenção das forças armadas e a anulação do resultado da eleição.

O processo poderia estabelecer um precedente peremptório na defesa das instituições democráticas na América Latina.

npg/ocs/bm

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