Segunda-feira, Junho 09, 2025
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Brasil: condenação de mais 31 implicados em golpe abalou a semana

Brasília,7 jun (Prensa Latina) A condenação de outras 31 pessoas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por seu envolvimento no golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 foi um marco no Brasil na semana que terminou hoje.

Naquela data, marcada em preto na história nacional, manifestantes radicais que apoiavam o ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e saquearam violentamente o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto.

Com essas ações, os descritos como terroristas tentavam anular os resultados das eleições presidenciais de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com a decisão do Supremo Tribunal Federal, 28 dos condenados receberam penas de um ano de prisão, comutadas em penas restritivas de direitos.

Enquanto os três restantes foram condenados a dois anos e cinco meses de prisão em regime semiaberto, por descumprimento de medidas cautelares prévias.

O relator do caso, Ministro Alexandre de Moraes, sustentou em seu voto que os réus faziam parte de um grupo cujo objetivo era derrubar o governo democraticamente eleito, configurando crime de autoria coletiva.

Essa posição foi unanimemente apoiada pelos demais desembargadores.

A Procuradoria-Geral da República alegou que os réus agiram de forma coordenada, promovendo atos ilícitos a partir de um acampamento em frente ao quartel do Exército.

Tudo isso teve como objetivo incitar outros à prática de crimes, gerar hostilidade entre as Forças Armadas e as instituições republicanas e fomentar a narrativa de fraude eleitoral.

Embora a defesa tenha insistido que os envolvidos participaram pacificamente e sem qualquer capacidade real de realizar um golpe de Estado, o tribunal considerou que os eventos e mensagens veiculados nas redes sociais evidenciam a intenção de tomada de poder e obstrução do funcionamento regular das instituições.

Além da pena de prisão e da restrição de direitos, todos os condenados devem pagar multa pelo crime de incitação ao crime, por instigar militares a agirem contra a ordem constitucional.

Eles também foram condenados a uma indenização solidária de cinco milhões de reais (aproximadamente US$ 900 mil) por danos causados ​​ao patrimônio público.

Moraes enfatizou que mais de 500 pessoas implicadas em incidentes semelhantes assinaram acordos de não persecução penal após confessarem seu envolvimento.

No entanto, os agora condenados rejeitaram a oferta, o que levou à continuação do processo criminal.

Uma vez esgotados os recursos, os envolvidos não serão mais considerados réus primários (pessoas sem antecedentes criminais), o que pode ter repercussões legais no futuro.

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