Um relatório divulgado na quinta-feira pela assessoria de imprensa da instituição internacional indica que essa previsão se baseou em uma ferramenta de mapeamento de Adaptação, Biodiversidade e Carbono, chamada ABC-Map, que aumenta a capacidade de avaliar e comparar perturbações climáticas.

O ABC-Map ajuda os usuários a entender melhor as sinergias e compensações entre os três desafios urgentes e inter-relacionados de mitigação das mudanças climáticas, adaptação e combate à perda de biodiversidade no contexto da proteção da agricultura e da segurança alimentar.

Este novo indicador, desenvolvido pela FAO, incorpora dados de um estudo sobre o declínio da aptidão climática global para culturas, encomendado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), e executado pela Finres, uma empresa francesa de tecnologia financeira.

Especialistas sugerem nesta análise que a produção de café em algumas das principais áreas dedicadas a esta cultura poderá diminuir drasticamente até 2100.

Por outro lado, eles afirmam que o feijão e o trigo poderão sofrer perdas significativas, especialmente em regiões como a América do Norte e a Europa.

No entanto, o milho e o arroz poderão inicialmente encontrar áreas de cultivo mais adequadas, uma situação que poderá ser revertida até o final do século em cenários de altas emissões.

O especialista em Mudanças Climáticas da FAO, Martial Bernoux, afirmou que as novas informações podem ajudar a lidar com “o clima cada vez mais errático e eventos extremos, como secas, calor extremo e inundações”.

Os dados são muito úteis, visto que “agricultores, formuladores de políticas e técnicos precisam saber se as culturas, investimentos ou projetos que estão considerando funcionarão ou se precisam fazer ajustes e considerar outras culturas ou medidas adicionais de adaptação”, acrescentou Bernoux.

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