O vice-governador para o Setor Político, Social e Econômico do território, Abel do Rosário Kapitango, respondeu à Prensa Latina que 83 novos pacientes foram certificados nas últimas 24 horas e, embora o número seja alto, apresenta tendência de queda.
Ele considerou a busca ativa de casos um dos pontos-chave do combate à cólera, tarefa que as equipes de saúde da província estão desenvolvendo com o apoio de profissionais enviados pelo Ministério da Saúde (Minsa).
Ele também mencionou o início da vacinação contra a cólera como uma ação importante, após a entrega de 8.000 doses doadas ao Namibe pelo Ministério da Saúde.
Rosário Kapitango explicou que a faixa costeira é a mais afetada pela epidemia e especificou que comunidades altamente vulneráveis foram identificadas nessas áreas devido às precárias condições de higiene e acesso à água potável. Por isso, as ações incluem a promoção da transferência dessas pessoas para áreas mais seguras.
Observou que há alguma resistência entre algumas dessas populações, mas as autoridades continuam tentando persuadi-las, por meio do diálogo, sobre a importância de prosseguir com esse reassentamento.
Nesse sentido, observou que, nos novos locais, estão sendo fornecidos água potável, alimentos e outros itens, mas reconheceu que essas são medidas emergenciais; o fundamental é continuar trabalhando para garantir um maior abastecimento de água de qualidade às comunidades.
O Namibe é o território angolano com menos chuvas e a seca está afetando a população de forma bastante intensa. Portanto, um dos projetos prioritários do governo é o aumento das conexões às redes de distribuição.
Atualmente, 40% dos moradores em áreas densamente povoadas não têm conexões de água, por isso, o desafio é aumentar a captação de água e instalar 31.000 novas conexões até 2027, afirmou o vice-governador.
Desde que a epidemia de cólera eclodiu em Angola, em 7 de janeiro, a doença se espalhou por quase todo o país, e o número de casos registrados ultrapassou 24.000, com 718 mortes.
Este é o maior surto dos últimos anos no país, que está entre os mais afetados do continente, juntamente com a República Democrática do Congo, o Sudão e o Sudão do Sul.
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