A denúncia de Farias motivou um pedido da Procuradoria-Geral da República contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o inquérito foi aberto em 26 de maio pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O líder do PT argumentou que o deputado afastado está nos Estados Unidos buscando ameaças e medidas de intimidação contra membros do STF, da Procuradoria-Geral da República e da PF, que conduzem investigações, incluindo contra sua família. O Supremo Tribunal Federal (STF) está conduzindo “um julgamento por golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio público federal e dano a patrimônio tombado, sendo o pai do deputado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o principal réu”, declarou.
Farias afirmou ter compilado registros de postagens em redes sociais feitas pelo descendente do ex-capitão do Exército com declarações “flagrantemente contrárias aos interesses nacionais, ao Supremo Tribunal Federal e ao Ministro Alexandre de Moraes”.
Ao disseminar mentiras sobre as instituições brasileiras e a democracia no país, Eduardo Bolsonaro está exercendo coerção durante o processo contra o STF no julgamento dos implicados na tentativa de golpe, afirmou.
Ele denunciou que “está se utilizando de uma potência estrangeira para tentar proteger seu pai, em flagrante ato de atentar contra a soberania nacional”.
Bolsonaro pai também foi intimado a depor perante a Polícia Federal na quinta-feira. Acusado no processo pela tentativa de golpe após as eleições de 2022, o ex-presidente de extrema direita precisa esclarecer as ações do filho e as informações de que ele estaria financiando suas despesas para permanecer nos Estados Unidos.
Eduardo Bolsonaro deixou o cargo em março e anunciou que se mudaria para os Estados Unidos para agir contra o que considera uma espécie de “perseguição política” contra o pai.
O pedido de investigação da Procuradoria-Geral da República cita declarações públicas do parlamentar afastado nas redes sociais, nas quais ele expressa explicitamente o desejo do governo Trump de impor sanções contra as autoridades brasileiras, como a revogação de vistos de entrada.
“Há um claro tom intimidatório em relação aos agentes públicos, investigadores e promotores, bem como aos juízes do processo penal, e é evidente a intenção de agir de forma indevida contra o que o Sr. Eduardo Bolsonaro parece considerar uma condenação provável”, disse o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet.
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