Madrid, 20 jun (Prensa Latina) As pesquisas mantêm o favoritismo do conservador Partido Popular (PP) às eleições gerais na Espanha em 23 de julho, após o encerramento das candidaturas hoje.
Na verdade, já era meia-noite em ponto quando terminou oficialmente o prazo para o registo dos candidatos a integrar o Congresso dos Deputados, essencial para determinar o futuro presidente do Governo.
Trata-se de uma eleição indireta, em que a maioria parlamentar nas Cortes Gerais decidirá a figura que ocupará a cadeira principal do Palácio da Moncloa nos próximos quatro anos, a menos que seja imposta uma moção de censura.
Neste caso, a figura do líder do PP, o galego Alberto Núñez Feijóo, surge como candidato a substituir o socialista Pedro Sánchez, que, no entanto, está longe de desistir dos seus esforços para revalidar o cargo.
Para já, o PP dominou as tomadas de poder em 31 capitais provinciais espanholas no passado domingo, com a reiteração da ideia do seu propósito de “acabar com o sanchismo” e tentando parecer distante de certas ideias da extrema direita do Vox.
No entanto, com o Vox eles já acertaram um governo na Comunidade Valenciana, depois de negociar com um líder que teve que cumprir pena por violência sexista no passado.
Embora o tema estivesse no centro das críticas da esquerda do PP, os conservadores se defenderam atacando, principalmente no que diz respeito aos acordos durante a atual magistratura de Sánchez e sua equipe com o partido EH Bildu do País Basco, associado ao seu ex-presidente braço armado do ETA e com os separatistas catalães.
A solidez do movimento Sumar, encabeçado pela atual segunda vice-presidente e ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, também não convenceu, porque deixou fora de suas listas dois pesos pesados do partido esquerdista Podemos, a atual ministra da Igualdade, Irene Montero, e o porta-voz parlamentar, Pablo Echenique.
Oficialmente, a campanha eleitoral começa no dia 7 de julho, mas já entraram no ringue duas personalidades, os ex-chefes do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero (socialista) e José María Aznar (PP).
Em particular, a intervenção de Zapatero teve grande destaque durante uma entrevista à TVE, na qual foi categórico: “Discutir violência de gênero é como discutir se a Terra é plana”.
“Acho lamentável que estejamos discutindo violência de gênero. Agora, 20 anos depois. Queremos voltar àquelas décadas em que não se falava de homens matando mulheres por desejo de dominação, por discriminação histórica, que é o que é violência de gênero. Não tem ideologia”, afirmou.
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