A análise forense indica que o metanol foi adicionado às garrafas e não é resultado de destilação natural. Ainda não há detalhes se a adição foi acidental ou intencional.
A concentração de metanol encontrada nas bebidas levou a polícia a concluir que o produto foi adicionado. Embora não tenha especificado a quantidade encontrada, informou que continua testando as amostras coletadas pela Polícia Civil.
Desde 29 de setembro, a Polícia Civil de São Paulo, epicentro da contaminação, apreendeu 16 mil garrafas.
Uma hipótese é que o metanol tenha sido usado para lavar embalagens de bebidas falsificadas e outra é que tenha sido usado para aumentar o volume das bebidas destiladas.
Até o momento, o Brasil registrou 17 casos confirmados de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas em todo o país.
O Ministério da Saúde investiga outros 200 casos suspeitos de intoxicação.
Os dados foram enviados pelos estados e compilados pelo Centro Nacional de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde.
Dos casos confirmados, 15 foram registrados em São Paulo e os outros dois no estado do Paraná.
O metanol é prejudicial à saúde e pode causar diversos sintomas.
A exposição a quantidades significativas pode causar náuseas, vômitos, dor de cabeça, visão turva, cegueira permanente, convulsões, coma, danos permanentes ao sistema nervoso ou morte.
Em alguns casos, a substância é adicionada ilegalmente ao combustível como uma alternativa mais barata ao etanol.
De acordo com especialistas, a toxicidade do metanol está relacionada à dose consumida e à forma como o corpo a processa.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) alertam que aproximadamente 10 miligramas de metanol puro podem causar cegueira e 30 miligramas podem ser fatais.
O metanol é um álcool líquido incolor, também conhecido como álcool metílico.
Apesar de sua aparência semelhante ao etanol, não deve ser confundido com o álcool utilizado em bebidas.
Dada a gravidade dos fatos, o governo de São Paulo orientou bares, restaurantes e distribuidoras a verificarem rigorosamente a origem de seus produtos.
A prefeitura de São Paulo solicitou que os consumidores adquiram apenas produtos certificados, em embalagens com rótulos e lacres de segurança.
As investigações avançam em duas frentes: a confirmação da causa das mortes humanas e a continuidade do rastreamento da rota do metanol ilegal.
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