O Secretário-Executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), José Manuel Salazar-Xirinachs, afirmou que, além do intercâmbio de boas práticas, a iniciativa permite a implementação de projetos conjuntos e a promoção do crescimento.

Isso, observou, é mais importante do que nunca diante da realidade atual, caracterizada por crises simultâneas e uma nova geopolítica em que alianças políticas, produtivas e estratégicas estão sendo redefinidas e diversificadas.

O funcionário acrescentou que o momento é incerto, com baixo crescimento econômico nos principais parceiros comerciais da região, o retorno do protecionismo e a tendência de queda da ajuda oficial a alguns países e em determinados temas.

Portanto, a Segunda Conferência de Cooperação Sul-Sul é um espaço de reflexão estratégica sobre como articular ações comuns, fortalecer alianças existentes e forjar novas conforme as circunstâncias exigirem, afirmou Salazar-Xirinachs.

A Secretária Executiva da CEPAL referiu-se às enormes oportunidades em uma região com um mercado de mais de 600 milhões de habitantes, onde ainda há muito a ser feito para alcançar uma integração mais forte e um comércio comum.

Na mesma linha, Dima Al-Khalib, diretora do Escritório das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul, destacou o bom trabalho realizado pelo grupo BRICS, inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China, com a subsequente integração da África do Sul.

Atualmente, esse mecanismo se expandiu para 11 membros plenos e conta com uma dezena de nações parceiras do Sul global, afirmou Al-Khalib, lembrando que hoje o desenvolvimento é mais uma questão de cooperação do que de ajuda. Mateo Estremé, Diretor-Geral de Cooperação Internacional da Chancelaria Argentina, entregou a presidência desta iniciativa em nome de seu país na terça-feira, cargo que o Chile ocupará pelos próximos dois anos.

Ele lembrou os compromissos assumidos pelos países da região após a Primeira Conferência, em dezembro de 2021, baseados na horizontalidade, solidariedade, respeito à soberania, complementaridade e benefício mútuo com transparência.

O evento acontecerá de quarta a quarta-feira na sede da CEPAL, quando será eleita a nova diretoria que supervisionará a presidência.

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