A primeira sala do Supremo Tribunal Federal julga, de forma virtual, entre 7 de novembro e esta sexta-feira, os recursos de reclamação do ex-governante.
Na mesma sessão, são analisados os recursos de outros seis réus, todos ex-aliados do político de extrema direita, considerados o núcleo principal de uma tentativa de golpe de Estado que buscava manter Bolsonaro no poder após sua derrota eleitoral em 2022.
O processo criminal em que todos foram condenados entrou na agenda de julgamentos em 28 de outubro, um dia após o encerramento do prazo para a apresentação de recursos.
Entre os condenados, apenas um não recorreu: o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator da trama golpista.
De acordo com a sentença, Cid manteve os benefícios do acordo de colaboração premiada, com uma pena de apenas dois anos, pelo que não deverá cumprir prisão em regime fechado.
Em 7 de novembro, o primeiro painel do Supremo chegou a um consenso para rejeitar o recurso e confirmar a condenação contra Bolsonaro.
Mais uma vez, a equipe jurídica do ex-capitão do Exército apresentou uma petição, mas quatro ministros rejeitaram os argumentos.
Os juízes examinam as moções de esclarecimento, que solicitam explicações sobre omissões, contradições e ambiguidades nas votações.
Além do relator, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Carmén Lúcia Antunes votaram contra a demanda. O magistrado Luiz Fux deixou a comissão.
Por 4 votos a 1, a primeira turma determinou em setembro que Bolsonaro liderava uma organização criminosa que agia para mantê-lo no poder.
O grupo utilizou estruturas estatais, como a Agência Brasileira de Inteligência e a Polícia Federal Rodoviária, contra adversários políticos, além de planejar o assassinato de autoridades e atacar o sistema de votação eletrônica. Moraes, Dino, Zanin e Antunes também emitiram seu parecer contra os recursos dos outros seis condenados do núcleo um da conspiração que levou aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 contra as sedes dos Três Poderes na capital.
Bolsonaro está em prisão domiciliar por tentar obstruir o processo golpista, segundo os tribunais. No entanto, ele ainda não começou a cumprir a pena de prisão decorrente da condenação.
De acordo com a decisão, o ex-presidente só cumprirá a pena na prisão após esgotar todos os recursos de apelação.
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