Domingo, Julho 27, 2025
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Maioria dos franceses se opõe à lei favorável à acetamiprida

Paris, 27 de julho (Prensa Latina) 61% dos franceses se opõem à controversa lei Duplomb, que permite o retorno ao campo da acetamiprida, um pesticida letal para os polinizadores, revela hoje uma pesquisa.

A pesquisa realizada pelo instituto Cluster17, estudo de opinião divulgado pelo La Tribune Dimanche, não surpreende, após o terremoto político causado por uma petição contra a lei adotada em 8 de julho, que já conta com cerca de dois milhões de assinaturas de apoio.

Para o presidente da empresa de pesquisa Cluster17, Jean-Yves Dormagen, um dos elementos que se destacam na pesquisa é o conhecimento que os franceses têm sobre o assunto.

Nesse sentido, nove em cada dez entrevistados disseram ter ouvido falar sobre a espinhosa questão da lei Duplomb, um nível de penetração na sociedade qualificado como excepcional por Dormagen.

Em 8 de julho, a Assembleia Nacional aprovou o texto com o apoio do governo, dos conservadores e da extrema direita, enquanto a esquerda se opôs, liderada pelos ecologistas. A lei deve ser promulgada pelo presidente Emmanuel Macron, assim que o Conselho Constitucional se pronunciar, em agosto.

Apenas dois dias depois, a estudante de 23 anos Eléonore Pattery apresentou no site da Câmara dos Deputados uma petição para anular a iniciativa, argumentando os danos ambientais e à saúde causados pela acetamiprida, um pesticida defendido por um setor do mundo agrícola por sua utilidade na proteção de culturas como a beterraba.

Os defensores da lei Duplomb argumentam que, ao proibir a acetamiprida em 2018, enquanto a União Europeia a permite, a França introduziu um elemento que favorece a concorrência desleal e prejudica os agricultores.

O apoio recorde a uma petição à Assembleia Nacional obriga esta última a se pronunciar, ao ultrapassar o limite de 500 mil assinaturas, com a possibilidade de ser convocado um debate no hemiciclo, embora sem o poder de anular a norma.

No entanto, a esperança dos detratores da lei é que Macron assuma a rejeição popular e não a promulgue, ou pelo menos convoque uma nova deliberação parlamentar.

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