Em entrevista publicada pelo jornal local Publinews, a ministra enfatizou que o país “tem muita água natural, mas podemos usar cada vez menos porque quebramos o ciclo hidrológico e poluímos rios e lagos”.
O desmatamento está ocorrendo em áreas onde deveria ocorrer menos, ou seja, nas zonas de recarga hídrica. No caso das mudanças climáticas, perdemos mais água em comparação com a quantidade de chuva que cai, então o país está secando, observou a autoridade.
Devemos criar um sistema para regular o uso da água e garantir o direito humano à água vital para a produção, já que a economia é a que mais precisa dela, e a indústria, entre outras, se expandiu.
Sobre o processo de diálogo com diferentes setores, Orantes detalhou 40 reuniões em todo o país, descrevendo uma primeira rodada com paradas em 13 localidades e o início da segunda ainda este ano.
Ele descreveu a primeira rodada como fundamental, pois permitiu reuniões com grande parte do setor produtivo organizado do país, câmaras de comércio, investidores em hidrelétricas, associações, cooperativas e também com mais de mil representantes de autoridades indígenas.
Nesse sentido, acrescentou, a ideia é ouvir e elaborar uma Lei de Águas com a contribuição que as pessoas desejam, primeiro para que reflita a realidade nacional e, segundo, para evitar os gargalos de anos anteriores.
Ele explicou que, de acordo com o monitoramento da qualidade da água do Ministério da Saúde, 76% das ligações domiciliares nas áreas rurais são autogeridas pelas comunidades. Elas cuidam de suas florestas e nascentes, e se unem, fornecem o dinheiro, instalam as tubulações e toda a logística, portanto, esta lei deve reconhecer essas conquistas, disse o ministro.
Entre os pedidos a serem incluídos na lei, ela mencionou a necessidade de armazenar água quando chove, já que mais de 80% dela está sendo desperdiçada.
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