Em uma nova iniciativa legal que pode redefinir o papel das mídias sociais no país, a AGU visa coibir a desinformação, a violência digital e os danos causados pela inação de empresas de tecnologia social como Meta e TikTok.
Esta solicitação ocorre no contexto de um recurso que analisa a responsabilidade das plataformas por publicações de terceiros.
Para a AGU, a conduta negligente dessas empresas configura violação direta aos princípios de prevenção e segurança exigidos pela legislação brasileira.
Entre as denúncias estão mais de 300 anúncios fraudulentos nas redes sociais do Meta, que usavam imagens manipuladas de autoridades como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para enganar usuários com falsas promessas de indenização por fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Também é relatado o uso indevido da logomarca da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para comercializar medicamentos não autorizados, e são destacados casos trágicos de menores brasileiros que morreram após participar de desafios perigosos do TikTok.
A AGU reforça sua posição com um relatório do jornal internacional de negócios e finanças de Nova York, o Wall Street Journal, que estima que 70% dos anunciantes recentes no Meta promovem golpes ou produtos irregulares.
Diante de potenciais acusações de censura, o órgão legal afirma que não busca controlar conteúdo legítimo, mas sim responsabilizar aqueles que lucram com atividades digitais.
O governo federal tentou avançar uma proposta na Câmara dos Representantes que criminalizaria a desinformação disseminada por bots (programas de software que realizam tarefas automatizadas) e responsabilizaria as plataformas por negligência.
No entanto, a medida enfrenta forte resistência de setores conservadores no Congresso Nacional.
Para o Poder Executivo, o atual vácuo legal permite que a desinformação floresça sem consequências, afetando não só a democracia, mas também a saúde e a segurança dos brasileiros.
Com este pedido ao Supremo Tribunal Federal, o governo busca acelerar um marco legal que obriga grandes empresas de tecnologia a atuarem de forma mais responsável no ciberespaço.
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