Ana Bentaberri será a única prefeita mulher nos próximos cinco anos. O representante do Partido Nacional manteve a chefia de San José, enquanto os homens foram eleitos nos outros 18 departamentos.
Neste domingo, foram eleitos 19 prefeitos, 589 conselheiros, 136 prefeitos e 544 conselheiros.
Foi o ponto culminante de um ciclo eleitoral que, em 2024, levou Yamandú Orsi à presidência da República e decidiu a composição do Parlamento, com ganhos para a Frente Ampla.
As eleições do dia anterior tiveram um comparecimento de 87%, com votação obrigatória por lei e mulheres em minoria nas cadeiras disputadas.
Dos 150 candidatos a prefeito, apenas 26 eram mulheres, ou seja, 17%.
Como o cientista político Antonio Cardarello explicou ao El Observador, essa baixa participação feminina “revela uma masculinização persistente nas candidaturas a prefeito”.
Embora o recorde de três intendentes tenha sido alcançado em 2010, desde então o número tem oscilado entre um e dois em cada ciclo.
Em 2025, novamente, apenas uma mulher foi eleita em nível departamental.
Os dados oficiais mostram que as mulheres estão mais bem representadas em cargos legislativos (conselheiras e vereadoras), mas não em cargos executivos. Em outras palavras, os espaços de tomada de decisão continuam nas mãos dos homens.
O fenômeno não se explica apenas pela falta de candidatos, mas também pelas estruturas partidárias que tendem a reservar os cargos mais competitivos para os homens, refletindo uma desigualdade de base que os partidos ainda não conseguiram reverter, relata Cardarello.
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