Baku, 3 mar (Prensa Latina) Os membros do Movimento dos Países Não Alinhado (MNOAL) identificou vários dos problemas mais importantes nesta capital de notícias internacionais que afetam a preparação do mundo para fase pós-pandemia da Covid-19. A análise das ações da recuperação Após o impacto da crise sanitária global dos últimos três anos, esteve no centro de uma reunião de cúpula realizada pelo chamado grupo de contato daquele grupo de 120 Estados dedicados à questão dessa doença.
O primeiro a apontar estas dificuldades foi o presidente do Azerbaijão e presidente do MNOAL, Ilham Aliyev, quando apelou ao reforço da cooperação sul-sul e à defesa dos princípios da soberania, igualdade e benefício mútuo dos países, com base nas “necessidades próprio e não impostas”.
Alertou também para as mudanças que se verificam numa conjuntura internacional marcada por ameaças derivadas da violação dos princípios da soberania e não interferência e os riscos que pairam sobre o multilateralismo.
Insistindo na necessidade de uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, o governante azeri descreveu aquele órgão como “uma reminiscência do passado que não reflete a realidade do presente” e apelou ao aumento do número de membros daquele órgão para torná-lo mais representativo.
Sobre este assunto, ele reivindicou um assento permanente para os países que exercem a presidência rotativa do não Alinhado.
Tanto Aliyev quanto outros dignitários participantes criticaram as abordagens seletivas e padrões duplos aplicados em muitos aspectos da política internacional e reiteraram a importância da solidariedade, unidade e respeito como fatores-chave do momento que a humanidade vive hoje.
Na reunião de Baku, também foram ouvidas condenações contra a aplicação de medidas coercitivas unilaterais, sanções e bloqueios sofridos por vários países Não alinhados como Cuba.
A esse respeito, o vice-presidente cubano Salvador Valdés disse que a intensificação do bloqueio imposto pelos Estados Unidos à ilha atingiu níveis sem precedentes.
No entanto, ele destacou que seu país desenvolveu cinco vacinas candidatas, três das quais se tornaram vacinas altamente eficazes contra a Covid-19.
Cuba está disposta a colocar à disposição dos países em desenvolvimento os avanços alcançados por sua comunidade científica no enfrentamento da pandemia de Covid-19, assegurou o chefe da delegação cubana.
Vários oradores alertaram que o mundo atravessa um processo de transformação no seio do “maior confronto desde o fim da guerra fria” e com repercussões em todo o mundo.
Neste contexto, o presidente do Azerbaijão alertou contra uma tendência crescente para o colonialismo, lembrou que o MNOAL foi formado como parte do processo de descolonização e exigiu que a França respeitasse os direitos das suas colônias ultramarinas e pedisse desculpa pelo seu passado colonial.
Os efeitos negativos das mudanças climáticas foi outro dos temas discutidos no plenário, com destaque para os riscos sofridos pelos Pequenos Estados Insulares e a necessidade de financiamento para adaptação a esse fenômeno.
A cimeira concluiu com um relatório do relator que inclui o desenvolvimento da reunião e ratifica a decisão do movimento de prolongar até ao final de 2023 (deveria ter terminado em 2022) o mandato do Azerbaijão à frente dos Não Alinhados, quando passar para as mãos de Uganda.
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