Bolsonaro revelou em redes sociais informações sensíveis de TSE entregues à Polícia Federal para investigação, acrescentou o também membro do Supremo Tribunal Federal (STF), citado pela Gazeta do Povo.
Barroso garantiu que seu Tribunal “prega a transparência”, razão pela qual censurou a ação de Bolsonaro de divulgar esses dados, “o que ajuda milícias digitais e hackers de todo o mundo a invadir nossos equipamentos”.
A indiscrição presidencial levou a uma investigação do presidente, que foi convocado pela Polícia Federal em 28 de janeiro para testemunhar, mas absteve-se de fazê-lo com o argumento de que ele estava exercendo seu “direito de estar ausente”.
A divulgação desses dados confidenciais, lembrou Barroso, levou o TSE a adotar “uma série de medidas” para reforçar a segurança cibernética dos sistemas do tribunal.
“Bolsonaro, enfatizou,” vazou a área de Tecnologia da Informação do TSE”. Não há adjetivos para qualificar a atitude deliberada de facilitar a exposição do processo eleitoral a possíveis ataques de criminosos”.
A publicação do presidente da investigação da Polícia Federal veio em um momento em que a implementação de urnas impressas com contagem pública e manual para as próximas eleições estava sendo debatida.
O presidente alegou, ao divulgar o documento, que os eleitores deveriam saber sobre uma suposta invasão hacker dos sistemas e bancos de dados do TSE.
A Procuradoria Geral, por sua vez, defendeu a investigação judicial lançada em agosto de 2021 contra Bolsonaro por causa do vazamento da investigação confidencial.
Uma recomendação para continuar a investigação foi transmitida pelo Procurador Geral, Augusto Aras, ao ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O magistrado reconheceu nesta comunicação que o Chefe de Estado revelou um documento confidencial, que “tipifica uma possível ofensa ao Código Penal e justifica a necessidade de manter a investigação”.
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