26 de April de 2024
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O homem frio

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O homem frio

Por Yadira Cruz Valera Caracas, 18 dez (Prensa Latina) "Bajó Pacheco", assim se anuncia em Caracas, Venezuela, a chegada do inverno a uma capital que deslumbra com suas luzes natalinas e se embriaga com o aroma de café, doces e Hallas.

Os lendários Três Reis Magos e Papai Noel não conseguiram destronar da imaginação dos venezuelanos a supremacia de um personagem pitoresco a quem todos atribuem a chegada desta estação a uma cidade onde o frio não é muito comum, nem mesmo nesta época.

Todos os anos, no início de dezembro, o centro desta cidade veste-se a rigor e centenas de famílias aguardam o “homem que traz o frio” em meio a luzes com alegorias do Natal, som de festas e gritos dos jovens.

Diz a lenda que durante séculos, tantos que a história popular não consegue definir exatamente quando começou, um floricultor da região montanhosa e fria de Galipán desceu do imponente Monte Ávila nos meses de novembro, dezembro e janeiro para vender seus produtos.

Com uma manada de burros carregados de flores e acompanhados por um canto que anunciava a sua viagem, Pacheco dirigia-se a Caracas pelo então chamado Caminho da Espanha e entrava na cidade pela Puerta de La Pastora.

Ele vendeu sua mercadoria em frente à famosa igreja daquela área e descansou da longa jornada. Em seguida, seguiria para a Feira de Flores de San José, onde, junto com outros conterrâneos, acabaria de vender o que carregava em suas cestas.

Três vezes por semana o humilde homem subia e descia com seus burros e sua carga, até o final de janeiro, quando desaparecia dali e não seria ouvido de novo até novembro próximo.

Foi assim que as frases “aí vem o Pacheco”, “o Pacheco desceu” ou “o Pacheco chegou” transcendeu na cultura popular como uma marca da identidade local. Com o tempo, a lenda do floricultor que trouxe o frio se apoderou dos moradores da capital e, até hoje, pode ser ouvida em qualquer esquina: “Este ano o Pacheco está forte”, ao notar a queda nas temperaturas.

Ninguém se lembra quando o personagem pitoresco que enchia de alegria a todos com suas flores e dísticos com certeza desapareceu, pois quando ele deixou de estar ali, outros se disfarçaram e transformaram a “descida” em festa popular.

Por mais que estejam ou por mais difícil que seja a situação no país, com a alegria de sempre, os Caracas usam suas roupas de inverno todo mês de dezembro e saem para esperar Pacheco, embora na maioria das vezes não resfrie nem um pouco.

mem / ycv / fav

(Retirado do Orb)

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