Segundo os dados, apenas nove por cento do plástico é reciclado, enquanto o resto se converte em lixo e polui mares, oceanos, aterros sanitários, solo e inclusive o ar.
Assim, por meio da iniciativa NUTEC Plastics, lançada em 2021, a AIEA está ajudando os países a investigar os microplásticos que já estão nos mares e a usar técnicas nucleares para melhorar a reciclagem e, por fim, reduzir o fluxo de resíduos plásticos nos oceanos.
A esse respeito, uma especialista desse órgão, Celina Horak, fornece detalhes sobre o uso da radiação para a reciclagem de plásticos.
Ela diz que as pesquisas indicam que aproximadamente 80% da poluição marinha desse tipo tem origem em terra, razão pela qual as intervenções nessa área são essenciais.
Estamos trabalhando em novos materiais que são biodegradáveis e fáceis de reciclar, diz Horak.
Acrescenta que essa abordagem não apenas reduz a dependência de combustíveis fósseis, mas também apoia economias circulares ao converter resíduos orgânicos em recursos valiosos.
Horak diz que, em segundo lugar, eles agora estão usando a tecnologia de radiação para transformar resíduos plásticos em produtos mais duráveis, mais fortes e de maior valor.
Esclarece ainda que a radiação usada dessa forma não é perigosa e é considerada uma forma de “química verde”, pois permite que os materiais sejam processados sem o uso de produtos químicos tóxicos ou sem submetê-los a condições extremas, como altas temperaturas e pressões.
Quando usamos a radiação para criar novos plásticos de base biológica ou para a reciclagem de resíduos de base biológica, o processo é limpo, eficiente e ecologicamente correto, diz o especialista da AIEA.
De acordo com a AIEA, dos 52 países que colaboram com a iniciativa NUTEC Plastics para a suprarreciclagem, nove já criaram plantas-piloto e estão colocando as ideias em prática. Dados sobre o assunto indicam que o mundo gerou 400 milhões de toneladas de resíduos plásticos somente no ano passado.
O mais alarmante é que o plástico não é biodegradável e, em vez de se decompor, os materiais descartados se dividem em partículas minúsculas, chamadas de microplásticos, que podem ser tóxicas para os seres humanos e o meio ambiente.
Mas, de acordo com a publicação da AIEA, eles já estão vendo resultados tangíveis e muito interessantes com a iniciativa revolucionária.
Por exemplo, na Indonésia e nas Filipinas, estão sendo desenvolvidos compostos de madeira-plástico para a construção sustentável e, na Malásia, está sendo produzido combustível a partir de resíduos plásticos.
Na Argentina, também, os plásticos reciclados estão sendo usados para fabricar dormentes de trem duráveis, que estão se mostrando bem-sucedidos nos primeiros testes.
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