Dificilmente haverá trégua nesta sexta-feira na Conferência de Presidentes das Comunidades Autônomas, realizada em Barcelona. O conservador Partido Popular (PP) solicitou a inclusão de diversos temas na pauta, e o governo finalmente concordou.
A ministra da Educação e porta-voz do governo, Pilar Alegría, anunciou a aceitação dos temas que as regiões lideradas pelo PP queriam incluir na pauta na terça-feira.
A priori, a ameaça dessas comunidades de não comparecer à Conferência de Presidentes caso suas reivindicações não fossem atendidas foi contida. O Ministério da Política Territorial, responsável pela organização do encontro, compilou propostas para evitar o fracasso do evento.
No entanto, nada indica que a reunião tenha algum propósito concreto, já que a polarização na SS é tal que o PP está conquistando apoio para uma manifestação convocada para domingo contra o primeiro-ministro Pedro Sánchez, exigindo sua renúncia ou a convocação de eleições.
Em última análise, o que paira no ar é a possibilidade de eleições antecipadas na Espanha e o evidente encurralamento de Sánchez devido a inúmeros casos envolvendo seu círculo próximo que o impactam significativamente.
Uma série de escândalos envolvendo suposta corrupção, centrados em um ex-ministro e ex-líder do Partido Socialista (PSOE), a esposa do primeiro-ministro, Begoña Gómez, e vários altos funcionários, domina o cenário político espanhol. A mais recente bomba-relógio a explodir implica a ativista socialista Leire Díez, que, segundo gravações de áudio reveladas, pede a um empresário informações comprometedoras sobre um tenente-coronel da Unidade Operacional Central (UCO), que investiga casos de corrupção relacionados ao governo.
Até dois partidos de esquerda, Podemos e Esquerera Republicana por Cataluña, juntaram-se ao grupo foram incluídas entre as organizações que obrigarão Sánchez a comparecer ao Congresso dos Deputados nesta quinta-feira para discutir o caso Leire Díaz.
O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, sugeriu a possibilidade de apresentar uma moção de censura contra Sánchez caso ele consiga apoio no Congresso dos Deputados.
Feijóo está em campanha para a reeleição no congresso do PP em julho do ano que vem. Consolidando sua imagem, ele acredita que assumirá o Palácio da Moncloa em breve.
jha/ft/ls