Segundo o portal UOL, a reunião teve lugar ontem à noite durante quatro horas, em um momento em que o governo debate a chamada Lei de Reciprocidade Econômica.
Esse mecanismo permite que os Estados Unidos (que anunciaram tarifas de 50%) paguem os mesmos impostos que foram aplicados aos produtos nacionais.
Fontes oficiais confirmaram que o governo tem até amanhã para emitir um decreto sobre essa correspondência, e o texto detalhará os critérios para a aplicação da resposta brasileira e influenciará o andamento das negociações.
A lei que criou a reciprocidade foi aprovada pelo Congresso Nacional em abril e foi uma resposta à guerra fiscal global iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs sobretaxas a centenas de países.
Apesar dos preparativos para a retaliação, o governo Lula insiste em sua preferência por uma solução diplomática.
Um grupo de trabalho foi formado e será coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que retornou a Brasília para se reunir com Lula e desempenha um papel importante por ser também o ministro do Desenvolvimento.
Ele disse que os líderes empresariais serão consultados antes de o Brasil decidir quais medidas tomar.
No entanto, o comitê que discutirá a questão com representantes do setor produtivo será criado ainda nesta semana. Ainda não há data para a primeira reunião.
A reunião de domingo foi realizada apenas com autoridades do governo e um conselho interministerial foi criado para lidar com a delicada questão das tarifas.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, não esteve presente, pois está viajando para a Irlanda e enviou um representante.
Além de responder aos Estados Unidos, o Brasil está buscando novos compradores para seus produtos.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou essa iniciativa e citou alguns produtos básicos exportados pelo país como prioritários: café, carne e petróleo.
A busca por novos mercados já estava em andamento antes mesmo do aumento das tarifas por Trump.
No início de seu mandato, o republicano deixou claro que imporia impostos adicionais sobre produtos de vários países e iniciaria uma guerra fiscal global.
Até o momento, a Ásia é um dos principais alvos do Brasil para substituir os americanos.
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