Razões do juiz rejeitar a extradição de Assange são criticadas
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Em declarações à imprensa fora do tribunal, o ex-diplomata destacou que o magistrado em todos os momentos apoiou os argumentos apresentados pela procuradoria dos EUA, que quer julgar o jornalista australiano por divulgar milhares de arquivos secretos da diplomacia americana e militares dos EUA no WikiLeaks.
Para todos nós no tribunal, foi como se estivéssemos ouvindo os promotores dos EUA, enfatizou Narváez, que alertou que 'a liberdade de expressão continua a ser atacada'.
O juiz Baraitser negou, por exemplo, que as acusações de espionagem e hacking apresentadas pelos Estados Unidos, que poderiam levar a uma pena de até 175 anos de prisão, tivessem antecedentes políticos, conforme alegado pela defesa ao longo do julgamento.
O magistrado também afirmou que o direito à liberdade de expressão não autoriza Assange a tornar públicos os arquivos secretos, e ainda considerou que a justiça americana respeitaria seus direitos e lhe garantiria um julgamento justo.
Somente ao final da leitura do veredicto Baraitser acatou a opinião expressa por vários psiquiatras e psicólogos durante o julgamento de que Assange sofria de depressão, então corria o risco de ameaçar sua vida se fosse enviado para os Estados Unidos.
Na opinião de Narváez, além de aceitar a avaliação médica sobre o estado de saúde do ciberativista, o juiz reconheceu as condições opressivas do sistema prisional norte-americano.
Por sua vez, o atual editor-chefe do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, considerou que o veredicto representa uma vitória para Assange, mas não necessariamente para o jornalismo.
O Sindicato Nacional de Jornalistas do Reino Unido também saudou o fato de os tribunais britânicos não terem permitido a extradição de seu colega de 49 anos, mas também criticou o argumento apresentado para justificar a decisão.
O juiz rejeitou o caso apresentado pela defesa de que as acusações contra Assange estavam relacionadas ao trabalho que a maioria dos jornalistas investigativos realiza diariamente, deixando a porta aberta para que o governo dos Estados Unidos traga acusações semelhantes no futuro contra qualquer jornalista, disse o sindicato.
O Ministério Público dos EUA anunciou que apelará do veredicto dos tribunais britânicos, enquanto a equipe de defesa de Assange disse que apresentará um pedido na quarta-feira para que o ciberativista seja libertado sob fiança.
Assange está confinado em uma prisão de segurança máxima nos arredores de Londres desde sua prisão na embaixada do Equador em abril de 2019.
jcm / nm / bm
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Razões do juiz rejeitar a extradição de Assange são criticadas
Londres, 4 jan (Prensa Latina) Os defensores de Julian Assange e do sindicato jornalístico celebraram hoje que a justiça britânica rejeitou a extradição do fundador do WikiLeaks para os Estados Unidos, mas criticaram que a decisão foi tomada apenas por motivos de saúde.
Não fosse pelo estado de saúde frágil de Assange, ele já teria sido extraditado, disse o ex-cônsul equatoriano no Reino Unido Fidel Narváez minutos depois que a juíza Vanessa Baraitser anunciou seu veredicto no tribunal criminal de Old Bailey, em Londres.
Em declarações à imprensa fora do tribunal, o ex-diplomata destacou que o magistrado em todos os momentos apoiou os argumentos apresentados pela procuradoria dos EUA, que quer julgar o jornalista australiano por divulgar milhares de arquivos secretos da diplomacia americana e militares dos EUA no WikiLeaks.
Para todos nós no tribunal, foi como se estivéssemos ouvindo os promotores dos EUA, enfatizou Narváez, que alertou que 'a liberdade de expressão continua a ser atacada'.
O juiz Baraitser negou, por exemplo, que as acusações de espionagem e hacking apresentadas pelos Estados Unidos, que poderiam levar a uma pena de até 175 anos de prisão, tivessem antecedentes políticos, conforme alegado pela defesa ao longo do julgamento.
O magistrado também afirmou que o direito à liberdade de expressão não autoriza Assange a tornar públicos os arquivos secretos, e ainda considerou que a justiça americana respeitaria seus direitos e lhe garantiria um julgamento justo.
Somente ao final da leitura do veredicto Baraitser acatou a opinião expressa por vários psiquiatras e psicólogos durante o julgamento de que Assange sofria de depressão, então corria o risco de ameaçar sua vida se fosse enviado para os Estados Unidos.
Na opinião de Narváez, além de aceitar a avaliação médica sobre o estado de saúde do ciberativista, o juiz reconheceu as condições opressivas do sistema prisional norte-americano.
Por sua vez, o atual editor-chefe do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, considerou que o veredicto representa uma vitória para Assange, mas não necessariamente para o jornalismo.
O Sindicato Nacional de Jornalistas do Reino Unido também saudou o fato de os tribunais britânicos não terem permitido a extradição de seu colega de 49 anos, mas também criticou o argumento apresentado para justificar a decisão.
O juiz rejeitou o caso apresentado pela defesa de que as acusações contra Assange estavam relacionadas ao trabalho que a maioria dos jornalistas investigativos realiza diariamente, deixando a porta aberta para que o governo dos Estados Unidos traga acusações semelhantes no futuro contra qualquer jornalista, disse o sindicato.
O Ministério Público dos EUA anunciou que apelará do veredicto dos tribunais britânicos, enquanto a equipe de defesa de Assange disse que apresentará um pedido na quarta-feira para que o ciberativista seja libertado sob fiança.
Assange está confinado em uma prisão de segurança máxima nos arredores de Londres desde sua prisão na embaixada do Equador em abril de 2019.
jcm / nm / bm
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