Alterações Climáticas, das palavras aos fatos
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Alterações Climáticas, das palavras aos fatos

Este encontro serviu também para lhe dar um impulso ao processo para a Vigésima Quinta Conferência da Partes (COP25) da Convenção Marco das Nações Unidas de Mudança Climática, que se celebrará em Santiago de Chile este dezembro, onde devem ser proposto medidas ainda mais ambiciosas.
Além disso, foi a antessala para a COP26, a cúpula climática em Glasgow, a reunião dos novos e melhores compromissos climáticos.
O Secretário Executivo adjunto da Convenção das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, Ovais Sarmad, assegurou que foi enormemente alentador escutar a todos na PreCOP25 falar sobre a necessidade de aumentar a ambição sobre a ação climática. 'Os governos e todas as partes interessadas escutarsm a mensagem alta e claro dos jovens para proteger seu futuro, e a mensagem da ciência que diz que o tempo se acaba e que só temos uma janela muito pequena de oportunidade para atuar', declarou Sarmad.
Indicou que no Chile 'esperamos que mais governos, e também mais cidades, regiões e empresas anunciem planos de ação que estejam em linha com a ciência e respondam aos chamados a incrementar a ação'.
Nessa linha, Costa Rica, junto a França, Reino Unido, Finlândia, Gabão e Granada apresentaram uma coalizão de nações de grandes ambições para impulsionar um Acordo pela Natureza que proteja 30 por cento do planeta para 2030.
Ao revelar a pretensão de Costa Rica de lançar essa convocação na PreCOP25, em 22 de setembro passado nas Nações Unidas o painel Assegurando nosso futuro: pessoas, alimentos e natureza para resolver a emergência planetária, o presidente Carlos Alvarado indicou que um terço das ações para enfrentar a mudança climática se encontram na proteção e restauração do meio natural.
'Os incêndios, as inundações e o descongelamento do gelo são os alarmes que pedem aos humanos atuar', apontou o presidente tico.
O presidente explicou que 'nos comprometeríamos a proteger em 30 por cento do planeta para 2030. Se unimo-nos de maneira urgente agora, podemos restaurar e preservar a natureza, lhe daríamos de comer a nossos povos e construiríamos economias flutuantes'.
De seu lado, a secretária executiva da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, advertiu a existência de uma assimetria internacional entre emissões e vulnerabilidade e reafirmou a urgência de um novo paradigma de desenvolvimento.
Bárcena explicou que Cepal fala da dupla desigualdade ou dupla assimetria porque as emissões totais de América Latina e o Caribes representam só 8,3 por cento do total global, mas ao mesmo tempo a região é uma das mais afetadas pela mudança climática, devido a suas características geográficas, climáticas, socioeconômicas e demográficas.
Então essa dupla assimetria, uma dos países do norte em relação com os do sul e a segunda dentro dos próprios países as populações mais vulneráveis são os mais pobres ou os que estão para perto de as zonas costeiras, declarou a secretária executiva de Cepal.
Outro assunto que temos trabalhado muito é nos Compromissos Nacionalmente Determinados (NDC, siglas em inglês) e comprovamos que há nações que têm diminuído a intensidade calórica, mas se queremos chegar aos dois graus centígrados, teríamos que baixar nossa emissão a 40 megatoneladas de carbono e a 25 megatoneladas se é a 1,5 graus centígrados.
Bárcena reafirmou a importância e urgência de transitar para um novo paradigma de desenvolvimento que permita preservar para as gerações futuras os acervos econômicos, sociais e ambientais como a única solução para atender estes desafios globais.
Sustentou que a energia renovável, a eletromobilidade e a restauração dos ecossistemas e os serviços que prestam são chave para a estratégia de um grande impulso ambiental na região. 'A busca de uma senda de crescimento e desenvolvimento baixo em carbono é fundamental para todas as economias do mundo', destacou.
Assim, chamou aos povos da região a apropriar-se e aos países a ratificar o Acordo Regional sobre o Acesso à Informação, a Participação Pública e o Acesso à Justiça em Assuntos Ambientais em América Latina e o Caribe, mais conhecido como Acordo de Escazú.
Sobre a importância da perspectiva de gênero no combate à mudança climática, Bárcena apontou que América Latina e o Caribe é a mais desigual do mundo e a persistência da desigualdade de gênero é uma das formas em que se manifesta esta desigualdade.
'Basta um exemplo: quase 1/3 das mulheres na região não têm suas fontes próprias de rendimento', sentenciou.
Para organizar em algo essa situação, o Ministério de Ambiente e Energia de Costa Rica (Minae) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) assinaram um acordo de cooperação para promover a igualdade de gênero na biodiversidade.
Esta empresa efetuou-se no evento paralelo Das palavras à ação: projetos com soluções inovadoras para enfrentar a mudança climática e promover a igualdade de gênero, um dos realizados na PreCOP25.
Dados oficiais revelam que as mulheres representam só 27 por cento do Conselho Nacional de Áreas Protegidas, 32 por cento dos Conselhos locais de Áreas de Conservação (COLAC) de áreas marinhas e não há nenhuma apresentação de mulheres nos COLAC florestais.
Por isso, o acordo de entendimento entre ambas as partes garantirá o desenho, mobilização de recursos e implementação do Programa Nacional sobre Igualdade de Gênero no setor biodiversidade: água, áreas protegidas e bosques. O representante residente do Programa em Costa Rica, José Vicente Troya, ressaltou que 'não há desenvolvimento sustentável sem igualdade de gênero e como tal é crítico fortalecer o governo, o marco legal e o marco institucional sobre direitos das mulheres e meninas na sociedade costarricense'.
Outro segmento da população convocado e que teve destaque na PreCOP25 foi a juventude, sobre a qual o subsecretario geral das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Andrew Gilmour, afirmou que não terá solução à emergência climática sem empoderar aos jovens para exercer seu direito humano a participar.
'A ONU está lista para apoiar às e os jovens como agentes de mudança no governo climático internacional e fazemos um chamado a todos os governos para que com urgência amplifiquem, apoiem e levem a escala suas ações de base em todo mundo', apontou.
Dados oficiais de Unicef refletem que mais de 63 milhões de crianças e adolescentes na América Latina e o Caribe foram afetados por um evento climático extremo ou um desastre climático nos últimos 30 anos. Em média, aproximadamente 2,1 milhões de crianças da América Latina e o Caribe veem-se afetados a cada ano, indicam as estatísticas.
De seu lado, o relator especial das Nações Unidas sobre Direitos Humanos e Meio ambiente, David Boyd, opinou que a mudança climática é parte da crise ambiental global e ameaça os direitos de milhares de milhões de pessoas.
Por isso, considerou que 'a implementação de soluções dirigidas por jovens para superar nosso vício aos combustíveis fósseis, a desflorestação e a agricultura industrial devem ser prioridades para abordar a emergência da mudança climática'.
Durante os três dias de sessões da PreCOP25 reconheceu-se também a importância do contribuição dos povos indígenas, com seus saberes ancestrais na conservação dos bosques, a biodiversidade, em resumo do que eles chamam a Mãe Terra.
Como líder desta cruzada contra a mudança climática, a Organização de Nações Unidas (ONU) expressou sua alarmante preocupação pelo incremento das emissões globais de dióxido de carbono (CO2) e a temperatura no planeta.
A ONU pediu escutar à sociedade civil e milhões de pessoas em todo mundo que demandam ações urgentes contra a mudança climática.
O enviado especial do Secretário Geral para a Cimeira sobre o Clima 2019, Luis Alfonso de Alba, recordou que na Cúpula de Ação Climática vimos líderes de muitos países, regiões, cidades e o setor privado intensificando sua ação e ambição climática.
Mas, prosseguiu, ainda fica um longo caminho por percorrer, e a gente de todo mundo exige uma maior ação.
Em um resumo dos três dias de debates e recolhendo o sentir dos participantes na PreCOP25, o presidente tico instou a mitigar a mudança climática para que as próximas gerações estejam orgulhosas dos lucros e de transformar o mundo para bem.
'Desejo motivá-los porque podemos fazer a diferença, esta é a causa mais importante de nossa geração e da próxima, e representa a causa de toda uma humanidade e por isso vale a pena', apontou Alvarado ao clausurar a PreCOP25, que se realizou no Centro de Convenções de Costa Rica.
'O esforço da cada pessoa em cada rincão do mundo. Se hoje há um momento para ser úteis para os demais, é este', sentenciou Alvarado em um claro chamado para passar das palavras aos fatos para mitigar os efeitos das alterações climáticas no planeta.
alb/ale/bj
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San José, (Prensa Latina) A grave ameaça que significa para o planeta e portanto para a vida no mesmo requer passar com urgência das palavras aos fatos para frear a mudança climática, sob pena de destruir a casa comum de humanos, animais e plantas.
Durante três dias, Costa Rica acolheu neste mês a Reunião Preparatória da Vigésima Quinta Conferência das Partes da Convenção Marco de Nações Unidas sobre Mudança Climática (PreCOP25), na qual mais de 1.500 delegados de 90 países realizaram 60 eventos paralelos com 264 painelistas em temas desde carbono azul até mobilidade elétrica, destacando que a reunião lhe pôs um ênfase ao financiamento climático e a agenda de gênero como eixos transversais das soluções climáticas.
Este encontro serviu também para lhe dar um impulso ao processo para a Vigésima Quinta Conferência da Partes (COP25) da Convenção Marco das Nações Unidas de Mudança Climática, que se celebrará em Santiago de Chile este dezembro, onde devem ser proposto medidas ainda mais ambiciosas.
Além disso, foi a antessala para a COP26, a cúpula climática em Glasgow, a reunião dos novos e melhores compromissos climáticos.
O Secretário Executivo adjunto da Convenção das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, Ovais Sarmad, assegurou que foi enormemente alentador escutar a todos na PreCOP25 falar sobre a necessidade de aumentar a ambição sobre a ação climática. 'Os governos e todas as partes interessadas escutarsm a mensagem alta e claro dos jovens para proteger seu futuro, e a mensagem da ciência que diz que o tempo se acaba e que só temos uma janela muito pequena de oportunidade para atuar', declarou Sarmad.
Indicou que no Chile 'esperamos que mais governos, e também mais cidades, regiões e empresas anunciem planos de ação que estejam em linha com a ciência e respondam aos chamados a incrementar a ação'.
Nessa linha, Costa Rica, junto a França, Reino Unido, Finlândia, Gabão e Granada apresentaram uma coalizão de nações de grandes ambições para impulsionar um Acordo pela Natureza que proteja 30 por cento do planeta para 2030.
Ao revelar a pretensão de Costa Rica de lançar essa convocação na PreCOP25, em 22 de setembro passado nas Nações Unidas o painel Assegurando nosso futuro: pessoas, alimentos e natureza para resolver a emergência planetária, o presidente Carlos Alvarado indicou que um terço das ações para enfrentar a mudança climática se encontram na proteção e restauração do meio natural.
'Os incêndios, as inundações e o descongelamento do gelo são os alarmes que pedem aos humanos atuar', apontou o presidente tico.
O presidente explicou que 'nos comprometeríamos a proteger em 30 por cento do planeta para 2030. Se unimo-nos de maneira urgente agora, podemos restaurar e preservar a natureza, lhe daríamos de comer a nossos povos e construiríamos economias flutuantes'.
De seu lado, a secretária executiva da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, advertiu a existência de uma assimetria internacional entre emissões e vulnerabilidade e reafirmou a urgência de um novo paradigma de desenvolvimento.
Bárcena explicou que Cepal fala da dupla desigualdade ou dupla assimetria porque as emissões totais de América Latina e o Caribes representam só 8,3 por cento do total global, mas ao mesmo tempo a região é uma das mais afetadas pela mudança climática, devido a suas características geográficas, climáticas, socioeconômicas e demográficas.
Então essa dupla assimetria, uma dos países do norte em relação com os do sul e a segunda dentro dos próprios países as populações mais vulneráveis são os mais pobres ou os que estão para perto de as zonas costeiras, declarou a secretária executiva de Cepal.
Outro assunto que temos trabalhado muito é nos Compromissos Nacionalmente Determinados (NDC, siglas em inglês) e comprovamos que há nações que têm diminuído a intensidade calórica, mas se queremos chegar aos dois graus centígrados, teríamos que baixar nossa emissão a 40 megatoneladas de carbono e a 25 megatoneladas se é a 1,5 graus centígrados.
Bárcena reafirmou a importância e urgência de transitar para um novo paradigma de desenvolvimento que permita preservar para as gerações futuras os acervos econômicos, sociais e ambientais como a única solução para atender estes desafios globais.
Sustentou que a energia renovável, a eletromobilidade e a restauração dos ecossistemas e os serviços que prestam são chave para a estratégia de um grande impulso ambiental na região. 'A busca de uma senda de crescimento e desenvolvimento baixo em carbono é fundamental para todas as economias do mundo', destacou.
Assim, chamou aos povos da região a apropriar-se e aos países a ratificar o Acordo Regional sobre o Acesso à Informação, a Participação Pública e o Acesso à Justiça em Assuntos Ambientais em América Latina e o Caribe, mais conhecido como Acordo de Escazú.
Sobre a importância da perspectiva de gênero no combate à mudança climática, Bárcena apontou que América Latina e o Caribe é a mais desigual do mundo e a persistência da desigualdade de gênero é uma das formas em que se manifesta esta desigualdade.
'Basta um exemplo: quase 1/3 das mulheres na região não têm suas fontes próprias de rendimento', sentenciou.
Para organizar em algo essa situação, o Ministério de Ambiente e Energia de Costa Rica (Minae) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) assinaram um acordo de cooperação para promover a igualdade de gênero na biodiversidade.
Esta empresa efetuou-se no evento paralelo Das palavras à ação: projetos com soluções inovadoras para enfrentar a mudança climática e promover a igualdade de gênero, um dos realizados na PreCOP25.
Dados oficiais revelam que as mulheres representam só 27 por cento do Conselho Nacional de Áreas Protegidas, 32 por cento dos Conselhos locais de Áreas de Conservação (COLAC) de áreas marinhas e não há nenhuma apresentação de mulheres nos COLAC florestais.
Por isso, o acordo de entendimento entre ambas as partes garantirá o desenho, mobilização de recursos e implementação do Programa Nacional sobre Igualdade de Gênero no setor biodiversidade: água, áreas protegidas e bosques. O representante residente do Programa em Costa Rica, José Vicente Troya, ressaltou que 'não há desenvolvimento sustentável sem igualdade de gênero e como tal é crítico fortalecer o governo, o marco legal e o marco institucional sobre direitos das mulheres e meninas na sociedade costarricense'.
Outro segmento da população convocado e que teve destaque na PreCOP25 foi a juventude, sobre a qual o subsecretario geral das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Andrew Gilmour, afirmou que não terá solução à emergência climática sem empoderar aos jovens para exercer seu direito humano a participar.
'A ONU está lista para apoiar às e os jovens como agentes de mudança no governo climático internacional e fazemos um chamado a todos os governos para que com urgência amplifiquem, apoiem e levem a escala suas ações de base em todo mundo', apontou.
Dados oficiais de Unicef refletem que mais de 63 milhões de crianças e adolescentes na América Latina e o Caribe foram afetados por um evento climático extremo ou um desastre climático nos últimos 30 anos. Em média, aproximadamente 2,1 milhões de crianças da América Latina e o Caribe veem-se afetados a cada ano, indicam as estatísticas.
De seu lado, o relator especial das Nações Unidas sobre Direitos Humanos e Meio ambiente, David Boyd, opinou que a mudança climática é parte da crise ambiental global e ameaça os direitos de milhares de milhões de pessoas.
Por isso, considerou que 'a implementação de soluções dirigidas por jovens para superar nosso vício aos combustíveis fósseis, a desflorestação e a agricultura industrial devem ser prioridades para abordar a emergência da mudança climática'.
Durante os três dias de sessões da PreCOP25 reconheceu-se também a importância do contribuição dos povos indígenas, com seus saberes ancestrais na conservação dos bosques, a biodiversidade, em resumo do que eles chamam a Mãe Terra.
Como líder desta cruzada contra a mudança climática, a Organização de Nações Unidas (ONU) expressou sua alarmante preocupação pelo incremento das emissões globais de dióxido de carbono (CO2) e a temperatura no planeta.
A ONU pediu escutar à sociedade civil e milhões de pessoas em todo mundo que demandam ações urgentes contra a mudança climática.
O enviado especial do Secretário Geral para a Cimeira sobre o Clima 2019, Luis Alfonso de Alba, recordou que na Cúpula de Ação Climática vimos líderes de muitos países, regiões, cidades e o setor privado intensificando sua ação e ambição climática.
Mas, prosseguiu, ainda fica um longo caminho por percorrer, e a gente de todo mundo exige uma maior ação.
Em um resumo dos três dias de debates e recolhendo o sentir dos participantes na PreCOP25, o presidente tico instou a mitigar a mudança climática para que as próximas gerações estejam orgulhosas dos lucros e de transformar o mundo para bem.
'Desejo motivá-los porque podemos fazer a diferença, esta é a causa mais importante de nossa geração e da próxima, e representa a causa de toda uma humanidade e por isso vale a pena', apontou Alvarado ao clausurar a PreCOP25, que se realizou no Centro de Convenções de Costa Rica.
'O esforço da cada pessoa em cada rincão do mundo. Se hoje há um momento para ser úteis para os demais, é este', sentenciou Alvarado em um claro chamado para passar das palavras aos fatos para mitigar os efeitos das alterações climáticas no planeta.
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