O que o discurso de Trump deixou
O que o discurso de Trump deixou
O que o discurso de Trump deixou

Pelosi -a Dama do mazo, por sua condição de presidenta da Câmera de Representantes- estava sentada por trás de Trump no estrado do Congresso e levantou-se com os braços estendidos para ovacionarlo quando expressou sua esperança de poder 'dirigir o governo não como dois partidos, sina como uma sozinha nação'.
Desde um início, optou pelo caminho dos louvores e elogios, alardeando em parte de um gerenciamento que tem conseguido um 'boom econômico sem precedentes' mal a dois anos de sua chegada à Casa Branca.
Falou das baixas cifras de desemprego e para agradar ao setor feminino informou que as mulheres tinham ocupado o 58 por cento dos postos trabalhistas criados no ano passado.
A sua vez, fez questão de uma economia que segundo ele é a inveja do mundo, e até do meio século da chegada à lua, dantes de se referir às 'ridículas' investigações partidárias e os migrantes, demonizados por ele.
'Está-se produzindo um milagre econômico nos Estados Unidos e o único que pode o deter são as guerras estúpidas, a política ou as investigações partidárias ridículas', disse Trump.
Não é secreto que sobre a cabeça do dignatario pende uma investigação a ponto de terminar do advogado especial Robert Mueller que de resultar adversa o implicaria em uma possível colusión entre sua campanha eleitoral em 2016 e Rússia.
Ao mesmo tempo, rondam as exhortaciones dos democratas para pesquisar as finanças e as relações exteriores do presidente.
A palestra parecia quase estruturada para 'dar a sua base o que ele acha que quer escutar', comentou Vanessa Beasley, experiente em retórica política na Universidade de Vanderbilt, em Nashville (Tennessee), citada por meios locais.
Durante seu comparecencia, em horário estelar, Trump dedicou quase 15 dos 90 minutos do discurso a reiterar muitos de seus pontos de vista sobre os perigos da migração ilegal, confirmando que enviará três 750 soldados adicionais à fronteira sul e instou ao Congresso a financiar uma 'visão inteligente, estratégica' com a construção da barda.
Mas foi cuidadoso de não mencionar, desta vez, suas frequentes ameaças de declarar uma emergência nacional para financiar a obra, uma medida que os analistas antecipam que seguramente seria impugnada de imediato ante os tribunais.
No passado, 'a maioria da gente neste salão (Congresso) votou em favor de um muro, mas nunca se construiu um apropriado', dimensionou ao insistir 'eu conseguirei o construir', para o qual -precisou- mandou ao Capitolio uma proposta de 'sentido comum'.
Até agora os democratas do Legislativo se opõem a aprovar qualquer partida de orçamento que contenha os cinco mil 700 milhões de dólares que pediu inicialmente Trump para levantar o muro.
Em matéria de política exterior, Trump reiterou seus propósitos de retirar as tropas estadounidenses de Afeganistão e Síria, decisão que tem provocado críticas dos principais líderes militares.
O presidente também anunciou que celebrará sua segunda cimeira com o líder norcoreano Kim Jong-Um em Vietnã no final de mês, e arremeteu de forma injerencista contra o governo constitucional de Nicolás Maduro em Venezuela.
O grande ausente no discurso foi o tema da mudança climática -fenômeno no que não crê- e também não mencionou o recente fechamento do governo federal por 35 dias -considerado o mais longo da história do país- que o obrigou inclusive a adiar seu segundo discurso do Estado da União em uma semana.
Ao que parece, a perspectiva de um shutdown (blecaute) renovado estaria à volta do canto, se dantes do 15 de fevereiro não se atinge uma negociação que inclua os fundos solicitados por Trump para sua sentida falta parede fronteiriça, o que provocaria outra rodada de estancamento político.
Trump começou e terminou seu discurso com um chamado a 'recusar as políticas de vingança, resistência e retribuição, e abraçar o potencial ilimitado de cooperação, compromisso e o bem comum', estimulando o sentimento do 'America First' (América primeiro).
Lógico. Convinha-lhe pedir que ficassem de lado as diferenças, algo que qualquer com sentido comum faria, se, como ele, aspirasse à reeleição em 2020.
O Partido Democrata lançou suas duras críticas contra Trump por um discurso que evidenció uma carência de um plano para o país e porque ignorou a mudança climática e às pessoas com menos recursos.
Vários legisladores da formação azul não demoraram em chamar de vazio e falto de objetivos claros todo o que disse este 5 de fevereiro o ocupante do Escritório Oval.
Inclusive, teve críticos consultados pela televisora CNN pouco depois da comparecencia pública que catalogaram de 'psicóticamente incoerente' o proposto por ele.
Não obstante, os números das encuestas pareceram favorecer-lhe, pois pelo critério popular pôde sair do trance, a julgar pelas sondagens.
Um poquito de oxigênio quiçá, porque a este exame chegou Trump com marcadas opiniões na contramão com respeito a uma presidência que mudou o país 'para pior'; ainda que o magnata imobiliário se jacta de que lidera o melhor governo na história de Estados Unidos.
*Jornalista da Redação norte-americana de Prensa Latina
rr/dfm
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O que o discurso de Trump deixou
Havana, (PL) Ao enfrentar a um Congresso dividido que surgiu de um prolongado fechamento do governo, enviando seu índice de aprovação a novos mínimos, o presidente Donald Trump, teve, necessariamente, que baixar os tons em seu discurso sobre o Estado da União.
A alocución do presidente, ainda que ofereceu poucos ramos de oliveira a suas oponentes, sobretudo por sua mais polêmica promessa de campanha ainda incumprida: a construção do muro na fronteira sul, conseguiu arrancar aplausos em algum momento de sua principal rival política no Capitolio, a democrata Nancy Pelosi.
Pelosi -a Dama do mazo, por sua condição de presidenta da Câmera de Representantes- estava sentada por trás de Trump no estrado do Congresso e levantou-se com os braços estendidos para ovacionarlo quando expressou sua esperança de poder 'dirigir o governo não como dois partidos, sina como uma sozinha nação'.
Desde um início, optou pelo caminho dos louvores e elogios, alardeando em parte de um gerenciamento que tem conseguido um 'boom econômico sem precedentes' mal a dois anos de sua chegada à Casa Branca.
Falou das baixas cifras de desemprego e para agradar ao setor feminino informou que as mulheres tinham ocupado o 58 por cento dos postos trabalhistas criados no ano passado.
A sua vez, fez questão de uma economia que segundo ele é a inveja do mundo, e até do meio século da chegada à lua, dantes de se referir às 'ridículas' investigações partidárias e os migrantes, demonizados por ele.
'Está-se produzindo um milagre econômico nos Estados Unidos e o único que pode o deter são as guerras estúpidas, a política ou as investigações partidárias ridículas', disse Trump.
Não é secreto que sobre a cabeça do dignatario pende uma investigação a ponto de terminar do advogado especial Robert Mueller que de resultar adversa o implicaria em uma possível colusión entre sua campanha eleitoral em 2016 e Rússia.
Ao mesmo tempo, rondam as exhortaciones dos democratas para pesquisar as finanças e as relações exteriores do presidente.
A palestra parecia quase estruturada para 'dar a sua base o que ele acha que quer escutar', comentou Vanessa Beasley, experiente em retórica política na Universidade de Vanderbilt, em Nashville (Tennessee), citada por meios locais.
Durante seu comparecencia, em horário estelar, Trump dedicou quase 15 dos 90 minutos do discurso a reiterar muitos de seus pontos de vista sobre os perigos da migração ilegal, confirmando que enviará três 750 soldados adicionais à fronteira sul e instou ao Congresso a financiar uma 'visão inteligente, estratégica' com a construção da barda.
Mas foi cuidadoso de não mencionar, desta vez, suas frequentes ameaças de declarar uma emergência nacional para financiar a obra, uma medida que os analistas antecipam que seguramente seria impugnada de imediato ante os tribunais.
No passado, 'a maioria da gente neste salão (Congresso) votou em favor de um muro, mas nunca se construiu um apropriado', dimensionou ao insistir 'eu conseguirei o construir', para o qual -precisou- mandou ao Capitolio uma proposta de 'sentido comum'.
Até agora os democratas do Legislativo se opõem a aprovar qualquer partida de orçamento que contenha os cinco mil 700 milhões de dólares que pediu inicialmente Trump para levantar o muro.
Em matéria de política exterior, Trump reiterou seus propósitos de retirar as tropas estadounidenses de Afeganistão e Síria, decisão que tem provocado críticas dos principais líderes militares.
O presidente também anunciou que celebrará sua segunda cimeira com o líder norcoreano Kim Jong-Um em Vietnã no final de mês, e arremeteu de forma injerencista contra o governo constitucional de Nicolás Maduro em Venezuela.
O grande ausente no discurso foi o tema da mudança climática -fenômeno no que não crê- e também não mencionou o recente fechamento do governo federal por 35 dias -considerado o mais longo da história do país- que o obrigou inclusive a adiar seu segundo discurso do Estado da União em uma semana.
Ao que parece, a perspectiva de um shutdown (blecaute) renovado estaria à volta do canto, se dantes do 15 de fevereiro não se atinge uma negociação que inclua os fundos solicitados por Trump para sua sentida falta parede fronteiriça, o que provocaria outra rodada de estancamento político.
Trump começou e terminou seu discurso com um chamado a 'recusar as políticas de vingança, resistência e retribuição, e abraçar o potencial ilimitado de cooperação, compromisso e o bem comum', estimulando o sentimento do 'America First' (América primeiro).
Lógico. Convinha-lhe pedir que ficassem de lado as diferenças, algo que qualquer com sentido comum faria, se, como ele, aspirasse à reeleição em 2020.
O Partido Democrata lançou suas duras críticas contra Trump por um discurso que evidenció uma carência de um plano para o país e porque ignorou a mudança climática e às pessoas com menos recursos.
Vários legisladores da formação azul não demoraram em chamar de vazio e falto de objetivos claros todo o que disse este 5 de fevereiro o ocupante do Escritório Oval.
Inclusive, teve críticos consultados pela televisora CNN pouco depois da comparecencia pública que catalogaram de 'psicóticamente incoerente' o proposto por ele.
Não obstante, os números das encuestas pareceram favorecer-lhe, pois pelo critério popular pôde sair do trance, a julgar pelas sondagens.
Um poquito de oxigênio quiçá, porque a este exame chegou Trump com marcadas opiniões na contramão com respeito a uma presidência que mudou o país 'para pior'; ainda que o magnata imobiliário se jacta de que lidera o melhor governo na história de Estados Unidos.
*Jornalista da Redação norte-americana de Prensa Latina
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