Sexta-feira, Outubro 03, 2025
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Acadêmicos destacam papel da América Latina na Segunda Guerra Mundial

Moscou, 2 out (Prensa Latina) As diferentes perspectivas sobre o papel desempenhado pelos países da América Latina na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foram analisadas hoje nos debates do VII Fórum Internacional Rússia e Ibero-América no mundo turbulento.

Durante a conferência intitulada “O 80º aniversário da Grande Vitória: páginas da história comum da Rússia (URSS) e dos países da Ibero-América”, os especialistas concordaram em pontos comuns sobre a contribuição da América Latina e do Caribe para a derrota, em maio de 1945, do Eixo nazista-fascista liderado pela Alemanha.

“Foi uma luta, como disse Ernest Hemingway, da democracia e da justiça contra a barbárie, e a justiça naquele momento venceu. Isso não significa que o mundo que se formou após o ano de 45 seja sinceramente bom e justo, ainda há muito a ser feito, mas a humanidade evitou uma catástrofe”, explicou à Prensa Latina o presidente do Comitê Organizador do evento, Víctor Jeifets.

A esse respeito, ele lembrou nações latino-americanas como o Brasil, que enviou suas tropas para lutar nas frentes na Itália, ou os pilotos mexicanos que combateram no Pacífico.

“Posso destacar a importância da contribuição hondurenha ou cubana, que dedicaram seus esforços à inundação de submarinos, bem como ao envio de alimentos, especialmente o açúcar da ilha caribenha”, acrescentou o também editor-chefe da revista América Latina.

Cuba é um país pequeno, mas sua contribuição para a vitória comum é, para mim, algo muito importante, e é por isso que devemos sempre lembrar dos irmãos Aldo e Jorge Vivó Laurent, que ainda crianças e sem condições para lutar decidiram fazer parte das tropas que defenderiam a cidade de Leningrado (hoje São Petersburgo), lembrou Jeifets.

O professor da Universidade Estadual da chamada capital da cultura russa afirmou que, desde sua época de estudante, dedicou tempo ao estudo dos mártires da América Latina que deram suas vidas pela defesa de um país que não era o seu.

Nesse sentido, ele também mencionou o cubano Enrique Vilar Figueredo, tenente do Exército Vermelho que morreu na Prússia Oriental, junto com todo o seu pelotão.

“Tínhamos um inimigo comum e lutávamos juntos por um novo mundo, um mundo mais justo, onde surgiu uma organização como as Nações Unidas”, enfatizou o acadêmico. Para Jeifets, essa história de camaradagem e coragem deve ser lembrada pelas novas gerações, tanto que existe uma iniciativa como o Fórum Internacional Rússia e Ibero-América no mundo turbulento para traçar caminhos que permitam manter o respeito mútuo entre o gigante eurasiano e os povos da América Latina e do Caribe.

“O respeito à soberania e ao direito de ter uma linha política e econômica própria é a base sobre a qual se sustentam hoje as relações russo-latino-americanas”, ressaltou.

Nesse sentido, ele argumentou que o desenvolvimento desses laços é mais dinâmico do que os atuais com os países europeus, “onde não há diálogo”.

No caso da América Latina, ele existe e é algo que nos permite resolver os problemas que surgem. Nosso foco é buscar pontos em comum, em vez de buscar o que nos distancia. Portanto, esperamos que este fórum contribua para potencializar essa dinâmica, afirmou Jeifets.

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