Mais uma vez, os Estados Unidos impõem seu dedo imperial para decidir quem pode falar na Cúpula das Américas. E a República Dominicana, sob pressão, obedece, expressaram os compatriotas da nação caribenha em um comunicado publicado nas redes sociais.
O comunicado acrescentou que Cuba, Venezuela e Nicarágua estão excluídas porque não se curvam à Organização dos Estados Americanos nem aceitam o roteiro da potência hegemônica.
Eles nos excluem, e isso nos honra, afirmava o comunicado, ao mesmo tempo em que afirmava que ser excluído pelo império é um privilégio moral.
“Sentimo-nos honrados por não estarmos em mesas onde se negocia a submissão, onde se recompensa o silêncio e se pune a soberania. Cuba não precisa de convite para existir. A nossa voz não se enquadra nos seus protocolos, porque não está à venda nem para alugar”, enfatizou.
A declaração acrescentou que a história cubana não pode ser reduzida a uma cadeira vazia, pois “é um povo inteiro que resistiu a bloqueios, mentiras e exclusões e, no entanto, canta, cria, debate e constrói”.
“A verdadeira cúpula reside na dignidade do povo, e aí Cuba, Nicarágua e Venezuela estão sempre presentes”, enfatizou.
Na véspera, o Ministério das Relações Exteriores da República Dominicana anunciou que Cuba, Venezuela e Nicarágua não seriam convidadas para a Cúpula das Américas, a fim de priorizar o sucesso da reunião, argumentou.
O Ministério das Relações Exteriores observou em um comunicado que, ao assumir a presidência pro tempore em 2023, o governo anunciou que a X Cúpula seria inclusiva.
No entanto, “dado o atual contexto de polarização política, decidimos priorizar o sucesso da reunião, estendendo o convite ao maior número possível de países”, observou. O Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, em mensagem na plataforma de mídia social X, condenou a decisão do governo dominicano de excluir seu país, a Venezuela, e a Nicarágua da Cúpula.
“Expressamos profunda preocupação e rejeição à decisão imposta pelo governo dos EUA à República Dominicana de excluir três países, incluindo Cuba, da 10ª Cúpula das Américas”, escreveu Rodríguez.
Segundo ele, “uma Cúpula das Américas construída sobre exclusão e coerção está fadada ao fracasso”.
Na mesma plataforma digital, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canal, também rejeitou a decisão imposta por Washington e reiterou a disposição da ilha de se engajar em um diálogo respeitoso e construtivo em condições de igualdade soberana e sem exclusões.
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