O montante, originalmente destinado à prestação de serviços médicos a populações vulneráveis, foi desviado por meio de uma complexa rede de fraude e corrupção que envolveu funcionários públicos e fornecedores, detalhou o chefe da SIU, Andy Mothibi.
Durante a apresentação de um relatório preliminar no hospital, Mothibi explicou que a investigação, iniciada em setembro de 2022 por mandato do Gabinete do Primeiro-Ministro, analisou mais de 2.200 processos de compras.
Os envolvidos teriam facilitado pagamentos ilícitos para adjudicar contratos de forma irregular, empregando manobras como lavagem de dinheiro, uso de documentação fraudulenta na gestão da cadeia de suprimentos e simulação de concorrência por meio de fornecedores de fachada.
Até agora, a investigação envolve 207 fornecedores que realizaram operações sob mais de 4.500 ordens de compra, cada uma supostamente acompanhada por um processo de licitação com três proponentes.
Os três principais grupos envolvidos no escândalo são o “Sindicato Maumela”, o “Sindicato Mazibuko” e um terceiro grupo sob investigação conhecido como “Sindicato X”.
A equipe da SIU afirmou estar revisando detalhadamente milhares de arquivos relacionados a essas organizações, identificando irregularidades significativas e rastreando bens adquiridos com fundos ilícitos, incluindo propriedades de alto valor em províncias como Western Cape e Gauteng. Além disso, a SIU detectou pelo menos 15 funcionários, atuais e ex-funcionários do Ministério da Saúde de Gauteng e do próprio hospital, envolvidos em corrupção, conluio, lavagem de dinheiro e manipulação de licitações para beneficiar fornecedores irregulares.
Atualmente, foram enviadas 116 recomendações disciplinares, das quais 108 correspondem a casos de má gestão administrativa e nomeações irregulares no hospital.
A esse respeito, o ministro da Saúde, Aaron Motsoaledi, enfatizou que essa corrupção não teria prosperado sem a cumplicidade de funcionários do hospital e do departamento provincial. Ele fez um apelo para proteger os denunciantes e expulsar os envolvidos em práticas corruptas.
Neste momento, de acordo com o que foi relatado, a SIU continua com a investigação, enquanto crescem as expectativas de ampliar o número de envolvidos e estabelecer responsabilidades legais e administrativas para restabelecer a integridade do sistema de saúde em Ekurhuleni.
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