Quarta-feira, Outubro 01, 2025
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Sindicatos industriais protestam contra demissões no Uruguai

Montevidéu, 30 set (Prensa Latina) A Confederação dos Sindicatos Industriais (CSI) protagoniza hoje uma paralisação nacional parcial em protesto contra a contínua perda de empregos afetados pelo fechamento de empresas.

“A situação é preocupante e urgente. Perdemos mais de dois mil empregos entre fevereiro e julho e, se somarmos os empregos indiretos e informais, chegaríamos a cerca de cinco mil pessoas”, lamentou o presidente do sindicato, Daniel Dárdano.

Ele adiantou que o sindicato realizará uma paralisação parcial na terça-feira da próxima semana, acompanhada por uma manifestação nesta capital.

Nos últimos meses, várias empresas estrangeiras fecharam suas fábricas no Uruguai.

A empresa Fenedur, fabricante de colas, anunciou há alguns dias que transferirá sua produção para a Argentina.

Não é a única que está saindo daqui. Este mês, a empresa americana de comunicações Verizon encerrou suas atividades e deixou 265 funcionários desempregados.

Em janeiro deste ano, 1.500 trabalhadores foram demitidos pela empresa japonesa Yazaki, fornecedora de autopeças, que fechou suas duas fábricas no Uruguai e as transferiu para a Argentina e o Paraguai.

Em abril de 2024, a Fanacif — propriedade da brasileira Frasle Mobility — deixou de produzir aqui componentes para sistemas de freio, que agora são fabricados no Brasil.

A Gloria Foods, do Grupo Gloria do Peru, cancelou no ano passado sua produção leiteira no Uruguai e deixou 43 trabalhadores desempregados, que ficaram sabendo da notícia por meio de um comunicado enviado pelo WhatsApp.

A falta de competitividade e o ativismo sindical estavam entre os argumentos apresentados por essas empresas.

O relatório de julho do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o emprego no setor industrial registrou uma queda de 3% em relação ao ano anterior, de acordo com o Índice de Pessoal Ocupado (IPO).

Esse percentual representa a maior queda interanual desde a pandemia da Covid-19 e reflete uma situação adversa que a indústria atravessa em relação à capacidade competitiva do setor.

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