Sexta-feira, Outubro 03, 2025
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Noboa denuncia emboscada a comboio humanitário no Equador

Quito, 29 de setembro (Prensa Latina) O presidente equatoriano, Daniel Noboa, denunciou hoje que um comboio humanitário que ele liderava para a província de Imbabura foi atacado por manifestantes durante a greve nacional contra a eliminação do subsídio ao diesel.

“Eles estão resistindo ao progresso do Equador e optaram pela violência. Ontem, outro comboio humanitário que liderei junto com delegados da ONU, da UE (União Europeia), do embaixador italiano e do núncio apostólico foi emboscado em Otavalo”, escreveu o presidente em sua conta no X.

O presidente compartilhou imagens e vídeos da operação e afirmou que os manifestantes responderam com violência.

O governo insistiu que as manifestações não são pacíficas e acusou os líderes da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) de agirem com o apoio do crime organizado.

No entanto, a organização indígena, que promove a greve contra as medidas governamentais, responsabilizou o Executivo pelo que chamou de “massacre planejado” contra comunidades indígenas devido à repressão sofrida durante os protestos da semana passada.

Após a morte de Efraín Fueres, membro da comunidade Kichwa, baleado em Imbabura, a CONAIE denunciou o uso de munição real por soldados e policiais contra civis e rejeitou as alegações de vínculos com grupos ilegais.

O comboio para Imbabura mencionado por Noboa foi enviado na noite de domingo, horas após o confronto que deixou 12 soldados feridos, 17 detidos e Fueres morto em Cotacachi.

A porta-voz do Executivo, Carolina Jaramillo, afirmou que a caravana da noite passada estava sob a guarda de 50 soldados e foi emboscada por 350 pessoas com coquetéis molotov, pedras, fogos de artifício e bloqueios de estradas.

As alegações provocaram reações das relatoras especiais das Nações Unidas, Mary Lawlor e Gina Romero, que alertaram sobre o uso excessivo da força e a perseguição contra defensores dos direitos humanos.

O Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas instou o Equador a garantir o direito de protesto e a investigar as violações de direitos humanos cometidas durante a repressão.

Enquanto isso, com esse choque de narrativas, a greve nacional promovida pelo movimento indígena continua, entrando em seu oitavo dia nesta segunda-feira, com bloqueios de estradas em diversas províncias e com o setor de flores relatando perdas milionárias devido às dificuldades de mobilização da produção e de pessoal.

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