“Eles estão resistindo ao progresso do Equador e optaram pela violência. Ontem, outro comboio humanitário que liderei junto com delegados da ONU, da UE (União Europeia), do embaixador italiano e do núncio apostólico foi emboscado em Otavalo”, escreveu o presidente em sua conta no X.
O presidente compartilhou imagens e vídeos da operação e afirmou que os manifestantes responderam com violência.
O governo insistiu que as manifestações não são pacíficas e acusou os líderes da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) de agirem com o apoio do crime organizado.
No entanto, a organização indígena, que promove a greve contra as medidas governamentais, responsabilizou o Executivo pelo que chamou de “massacre planejado” contra comunidades indígenas devido à repressão sofrida durante os protestos da semana passada.
Após a morte de Efraín Fueres, membro da comunidade Kichwa, baleado em Imbabura, a CONAIE denunciou o uso de munição real por soldados e policiais contra civis e rejeitou as alegações de vínculos com grupos ilegais.
O comboio para Imbabura mencionado por Noboa foi enviado na noite de domingo, horas após o confronto que deixou 12 soldados feridos, 17 detidos e Fueres morto em Cotacachi.
A porta-voz do Executivo, Carolina Jaramillo, afirmou que a caravana da noite passada estava sob a guarda de 50 soldados e foi emboscada por 350 pessoas com coquetéis molotov, pedras, fogos de artifício e bloqueios de estradas.
As alegações provocaram reações das relatoras especiais das Nações Unidas, Mary Lawlor e Gina Romero, que alertaram sobre o uso excessivo da força e a perseguição contra defensores dos direitos humanos.
O Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas instou o Equador a garantir o direito de protesto e a investigar as violações de direitos humanos cometidas durante a repressão.
Enquanto isso, com esse choque de narrativas, a greve nacional promovida pelo movimento indígena continua, entrando em seu oitavo dia nesta segunda-feira, com bloqueios de estradas em diversas províncias e com o setor de flores relatando perdas milionárias devido às dificuldades de mobilização da produção e de pessoal.
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