Quinta-feira, Setembro 25, 2025
NOTÍCIA

Preços dos alimentos sobem no Equador após alta no diesel

Quito, 25 de setembro (Prensa Latina) O Equador registra alta nos preços de alguns alimentos hoje, após a decisão do presidente Daniel Noboa de eliminar o subsídio ao diesel, embora o governo esteja realizando operações de controle para evitar a alta dos preços.

Batatas, cenouras e limões estão entre os produtos que ficaram mais caros nos mercados populares devido ao aumento do frete após a alta do diesel, que passou de US$ 1,80 para US$ 2,80 o galão, segundo comerciantes.

“Antes, meio quilo de batata custava US$ 0,30, e agora você paga dois quilos por um dólar. Antes, pagava-se US$ 0,25 por quilo de cenoura, e agora elas custam US$ 0,50”, disse a equatoriana Soraya Gómez, que, em declarações à imprensa, lamentou como esses preços afetarão a economia de sua família.

A chefe de polícia de Guayas, Victoria Villa, citada pelo jornal El Universo, afirmou que a situação se deve à expectativa de uma greve nacional, já que alguns transportadores aumentaram o preço de suas cargas devido ao medo de bloqueios nas estradas.

No entanto, uma análise do Observatório do Trabalho e do Pensamento Crítico afirmou que as famílias equatorianas precisarão de US$ 103 adicionais por mês para cobrir o aumento no custo da cesta básica devido ao “efeito cascata”, já que o diesel é o combustível mais utilizado.

À medida que o custo do transporte de matérias-primas, alimentos, insumos e produtos acabados aumenta, toda a cadeia produtiva se torna mais cara e, com ela, os preços finais ao consumidor.

De acordo com o estudo, embora o custo da cesta básica em agosto de 2025 fosse de US$ 813, sem o subsídio ao diesel, projeta-se um aumento sustentado, o que reduzirá ainda mais o poder de compra das famílias em relação ao salário-base.

Embora protestos tenham ocorrido desde a última segunda-feira em várias províncias do país, principalmente nas montanhas, contra a medida para acabar com o subsídio, as autoridades afirmaram que isso não afetou as vendas.

Após eliminar o subsídio ao diesel, o governo ofereceu aos transportadores uma compensação temporária em dinheiro, de modo que o Executivo não vê razão para o aumento do preço.

Nesse contexto, o Ministério do Interior informou que 304 pessoas foram presas por especulação após mais de 11 mil operações que o governo alega ter realizado em mercados, lojas, supermercados e centros de abastecimento.

rc/avr/glmv

RELACIONADAS

Edicão Portuguesa