Quinta-feira, Setembro 25, 2025
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Cuba apela à preservação da unidade do G 77 e da China

Nações Unidas, 25 set (Prensa Latina) O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, pediu hoje aqui para preservar a unidade do G77 e da China, no contexto do Segmento de Alto Nível da 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU.

Ao intervir na 49ª Reunião Ministerial do Grupo, Rodríguez afirmou que, mais de seis décadas após a fundação, os desafios são crescentes e díspares e “para enfrentá-los, nossa unidade é mais essencial do que nunca”.

A ordem econômica internacional injusta, a dívida externa asfixiante, a arquitetura financeira internacional excludente, os padrões insustentáveis e irracionais de produção e consumo, o unilateralismo, a guerra tarifária e a falta de mecanismos eficazes para enfrentar as crises globais perpetuam a pobreza e a dependência, enfatizou.

Alertou que, uma década após a adoção da Agenda 2030, mais de dois terços dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, “que já eram conservadores ou limitados, correm o risco de não serem cumpridos”.

“Além disso, proliferam os discursos de ódio, intolerância, racismo e xenofobia”, lamentou o chefe da diplomacia cubana, insistindo que “devemos agir com determinação diante do genocídio contra a Palestina, ao seu povo irmão reiteramos todo o nosso apoio e solidariedade”, enfatizou o deputado do Parlamento cubano.

Rejeitamos o uso de medidas coercitivas unilaterais, que causam prejuízos econômicos e humanitários diretos, intencionais e politicamente motivados às nossas nações, acrescentou.

“O povo de Cuba resiste de forma criativa ao bloqueio férreo dos Estados Unidos e aos graves efeitos da inclusão injustificada e arbitrária do meu país na fraudulenta Lista de Estados supostamente patrocinadores do terrorismo”, afirmou Bruno.

Tudo isso gera privações ao povo cubano, que hoje se refletem nos contínuos cortes de energia elétrica, na instabilidade no fornecimento de medicamentos e alimentos, nas dificuldades no transporte público e na deterioração de suas condições de vida, lembrou.

Além disso, como parte de sua política de pressão máxima contra Cuba, o governo dos Estados Unidos persegue a colaboração médica internacional da ilha. “Caluniam esse trabalho honroso e altruísta para prejudicar Cuba e impedir a realização do direito à saúde e o desenvolvimento normal da cooperação Sul-Sul”, destacou.

O ministro das Relações Exteriores agradeceu ao Grupo “por sua posição firme e histórica contra o bloqueio” e aos membros dessa associação de países “que rejeitaram o assédio por parte das autoridades americanas e mantiveram a cooperação médica com Cuba”.

O ministro das Relações Exteriores referiu-se, por fim, ao acompanhamento dos resultados dos processos de negociação durante o ano, como a Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, a revisão dos 20 anos da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação e a COP 30 sobre Mudanças Climáticas.

Esses, entre outros eventos, exigem, segundo ele, uma ação concertada e decidida para fazer avançar as posições comuns dos países em desenvolvimento. “Para isso, sempre se poderá contar com Cuba”, afirmou o ministro das Relações Exteriores.

Durante seu discurso, o ministro das Relações Exteriores também expressou seu reconhecimento à República do Iraque pelo trabalho realizado à frente do Grupo dos 77 e da China.

Rodríguez, membro do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, chegou a Nova York no sábado, à frente da delegação da ilha que participa deste Segmento de Alto Nível.

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