“Nossa democracia e nossa soberania não são negociáveis (…) A agressão contra o Poder Judiciário é inaceitável. (…) Continuaremos como um país soberano e um povo unido diante de qualquer tipo de ameaça”, declarou Lula, que recebeu aplausos prolongados ao discursar na 80ª Assembleia Geral da ONU em Nova York.
Ele destacou que o Brasil continuará sendo um país soberano e “um povo unido diante de qualquer tipo de ameaça”.
Considerou inaceitável a agressão contra o Poder Judiciário, em alusão às sanções impostas por seu homólogo norte-americano, Donald Trump, que aplicou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
Em julho, o republicano citou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado como uma das razões para o aumento dos impostos sobre as mercadorias do gigante sul-americano.
No início de seu discurso, Lula comentou sobre a condenação de Bolsonaro, que recebeu 27 anos e três meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe.
“Falsos patriotas planejam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há paz com impunidade”, argumentou o líder progressista.
Ele referiu que “há alguns dias, e pela primeira vez em nossos 525 anos de história, um ex-chefe de Estado foi condenado por violar o Estado Democrático de Direito”.
Indicou que Bolsonaro foi investigado, acusado, julgado e responsabilizado por seus atos em um processo exaustivo. Ele teve pleno direito à defesa, uma prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas, precisou.
“Aos olhos do mundo, o Brasil enviou uma mensagem a todos os aspirantes a autocratas e àqueles que os apoiam… Continuaremos sendo uma nação independente e um povo livre de qualquer tipo de tutela”, reforçou.
Afirmou que “quando a sociedade internacional falha na defesa da paz, da soberania e do Estado de Direito, as consequências são trágicas”.
Alertou que “em todo o mundo, forças antidemocráticas tentam subjugar as instituições e sufocar as liberdades. Elas veneram a violência, exaltam a ignorância, agem como milícias físicas e digitais e restringem a imprensa”, denunciou.
Em outra parte do seu discurso, Lula também defendeu a regulamentação das redes sociais e afirmou que os ataques às medidas de controle nas plataformas servem para “encobrir interesses ocultos”.
Lamentou a ausência da delegação palestina na reunião e afirmou que “nada justifica o genocídio em curso na (Faixa de) Gaza”.
A Palestina não participa do encontro deste ano na ONU depois que o governo Trump revogou todos os vistos dos membros de seu governo.
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