Milhares de jovens com cartazes e bandeiras diferentes agitaram desde ontem à noite o Centro Histórico após chegarem de diferentes pontos da cidade à central Plaza San Martín, ocupada por um grande número de policiais que não conseguiram manter os manifestantes, como quase sempre, apenas nas ruas ao redor da praça.

A multidão avançou entoando slogans relacionados às suas diversas reivindicações, de oposição ao governo e ao parlamento; contra uma recente reforma do sistema previdenciário privado que, segundo eles, os deixará desamparados quando chegarem ao outono de suas vidas.

Os manifestantes também condenaram o que consideram a ineficácia da luta contra o crime organizado que assola o país com extorsões em massa e assassinatos diários.

Um dos muitos comentários que circularam na rede apontou que, nesta noite, “a praça San Martín se tornou palco da resistência cidadã” com a convergência de organizações juvenis e sociais.

A mobilização foi convocada durante a semana pela Internet, com uma boa dose de espontaneidade e uma dose ainda maior de descontentamento e frustração que se mantiveram entre dentes e parecem se converter em uma conjunção de vontades.

A polícia que cercava a praça e com alto-falantes pedia para manter a calma, mas não conseguiu conter os jovens que abriram caminho até o centro da praça e, em um suposto plano B, se reagrupou em verdadeiras muralhas de trios de fileiras sucessivas nas ruas da periferia, cercando os descontentes.

Um grupo esteve prestes a romper a barreira que impedia sua passagem para o Palácio do Governo, localizado a seis quarteirões, mas foi dispersado com gás lacrimogêneo.

A noite avançou com confrontos esporádicos e um número ainda não confirmado de feridos, lesionados e detidos, e parte dos manifestantes tentou se dirigir ao Palácio Legislativo, mas também foi contida.

À medida que o dia chegava ao fim, os jovens mantinham a promessa de continuar a luta nesta tarde, mesmo sendo domingo.

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