Em declarações às emissoras Europe 1 e CNews, a várias vezes candidata à Presidência da França defendeu sua inocência e sua expectativa de prová-la em um novo julgamento no próximo ano, após sua condenação por peculato em um caso de pagamentos a supostos assistentes parlamentares no Parlamento Europeu.
Espero que o tribunal não forme uma opinião antes de me deixar falar, disse a deputada e atual líder do RN na Assembleia Nacional.
Le Pen foi condenada em março passado a quatro anos de prisão e cinco de inabilitação, em um processo que considerou político e cuja decisão recorreu junto com uma dezena de correligionários também condenados.
Então, o Ministério Público afirmou não ter dúvidas sobre a responsabilidade da dirigente, e o veredicto da justiça refletiu que ela estava no “centro da trama”, pelo que também lhe impôs uma multa, face a um esquema de desvio de fundos que causou mais de três milhões de euros em perdas aos contribuintes.
Há poucos dias, um tribunal de Paris anunciou que o julgamento da apelação ocorrerá em janeiro e fevereiro de 2026, com o veredicto previsto para alguns meses depois, antes das eleições presidenciais.
O RN, seja na figura de Le Pen ou de seu delfim político e presidente do partido, Jordan Bardella, lidera com folga as pesquisas para o primeiro turno.
A líder promove um programa anti-imigrantes e de certo distanciamento da União Europeia, uma visão da sociedade que polariza e encontra muitos detratores.
Nas duas últimas eleições presidenciais, em 2017 e 2022, Emmanuel Macron derrotou Le Pen no segundo turno, apelando para uma frente popular com as diversas forças, para impedir a chegada ao poder da extrema direita.
Se a pena de inelegibilidade for definitivamente ratificada, Le Pen garantiu que fará campanha ao lado de Bardella para apoiá-lo.
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