Sexta-feira, Setembro 12, 2025
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Timbalaye exalta as raízes conga da cultura cubana em Camagüey

Camagüey, Cuba, 25 de agosto (Prensa Latina) A 17ª edição do Festival Internacional de Timbalaye teve início hoje na histórica Plaza de los Trabajadores, nesta cidade cubana.

Após um desfile pelo Centro Histórico da cidade, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial, o evento se dedica a exaltar a cultura do Congo e sua diáspora africana no Caribe como um pilar da identidade cubana.

O evento, que celebra a resiliência cultural diante dos processos de transculturação, incluiu o painel “Traços da Cultura Congo em Camagüey”.

A professora Isel Balibrea enfatizou que “Camagüey foi uma importante fonte econômica com mão de obra escrava, predominantemente congolesa, carabalí e mandinga”.

Balibrea explicou como esses grupos “criaram conselhos municipais e sociedades de ajuda mútua para se adaptarem ao novo ambiente”, deixando sua marca na “música, na dança e até nas artes visuais, com artistas como Oscar Lasaye, e na cultura culinária, do quiabo ao mel”.

Roberto Peña, estudioso de tradições religiosas, apresentou resultados de pesquisa (2017-2019) sobre “as particularidades da tradição Palo Monte em Camagüey”, enfatizando que “é fundamental salvaguardar essas tradições, que fazem parte da formação da identidade cubana”.

A professora do Instituto Superior de las Artes enfatizou que “a Universidade de Camagüey está trabalhando para salvaguardar esse legado por meio de seu programa de Gestão do Patrimônio Cultural” e que estuda os assentamentos congos no Centro Histórico.

À tarde, os participantes visitarão a Casa Templo (Ilé Osha) de Pablo Hernández, presidente da Associação Cultural Iorubá de Cuba em Camagüey, para uma experiência que mostrará as práticas religiosas vivas da tradição conga.

A cerimônia de encerramento incluirá a entrega do Prêmio Timbalaye, uma exposição de pratos típicos congoleses e um concerto de Rumbatá, dirigido por Wilmer Ferras, na Plaza del Gallo, encerrando esta celebração.

Yoelxy Pillinier, presidente do Comitê da Rota do Escravo, enfatizou que o evento fortalece “a conexão com a rumba como fonte de orgulho do legado de nossos ancestrais”, reafirmando o provérbio congolês que norteia o festival: “As pegadas de quem caminhou junto jamais se apagam”.

Esta edição consolida o Timbalaye como um espaço fundamental para o estudo e a preservação das raízes africanas que moldam o universo cultural cubano, projetando sua identidade internacionalmente.

rc/fam/glmv

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