O governo, por meio do Ministério dos Transportes e Obras Públicas, investiu US$685.000 em obras de reabilitação, que incluíram substituição de trilhos, limpeza de vegetação rasteira, remoção de deslizamentos de terra e construção de muros de contenção.
As autoridades projetam que mais de 10.000 turistas embarcarão no trem nos primeiros três meses, o que fortalecerá a economia local.
O percurso, considerado um dos mais desafiadores do mundo por suas curvas fechadas e ziguezagues famosos, oferece vistas deslumbrantes de montanhas verdejantes, cânions profundos e nuvens que parecem roçar nos vagões.
O motorista Sergio Luna, um dos que percorrem o trajeto, disse à imprensa local que ele não deve ser percebido como perigoso, mas sim como “o trajeto mais bonito do mundo”.
Como parte de seu lançamento, o serviço inclui uma parada de 10 minutos no mirante do desafiador Passo Nariz do Diabo e uma parada de 45 minutos na estação Sibambe, onde comunidades indígenas recebem os viajantes com danças, artesanato e culinária local.
Este marco faz parte de um processo que começou em 5 de julho com testes técnicos do trecho, após a suspensão do serviço em 2020.
O trecho em operação faz parte da Ferrovia Transandina, um grande projeto de modernização de Eloy Alfaro, o presidente liberal do Equador no início do século XX, que conectou com sucesso as cidades de Guayaquil e Quito por ferrovia.
Durante a gestão de Rafael Correa (2007-2017), o trem foi reformado e realizou viagens ligando as montanhas ao litoral equatoriano.
No entanto, deixou de operar durante a administração de Lenín Moreno (2017-2021), o que fez com que Alausí, uma cidade a 2.285 metros acima do nível do mar, perdesse uma de suas principais fontes de renda turística.
Atualmente, apenas 5,7% dos 965 quilômetros da rede ferroviária nacional estão operacionais, incluindo o trecho reaberto do Nariz do Diabo.
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