Sexta-feira, Setembro 12, 2025
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Sabotador ucraniano preso na Itália acusado de terrorismo

Roma, 24 ago (Prensa Latina) O Tribunal de Apelações de Bolonha classificou as acusações contra um ucraniano detido na Itália por sabotagem contra os gasodutos russos Nord Stream 1 e 2 como um ato terrorista envolvendo dispositivos explosivos letais, segundo um relatório divulgado hoje.

Uma nota publicada no site do veículo de notícias especializado Notizie Geopolitiche indica que a entrega à Alemanha de Serhii Kuznietsov, o suposto líder do comando que destruiu seções dessas infraestruturas usando explosivos sob as águas do Mar Báltico no final de 2022, está prevista para 3 de setembro.

Kusnietsov foi preso recentemente por carabineiros italianos na cidade de Rimini, na região norte da Emília-Romanha, de acordo com um mandado de prisão europeu emitido pelo Ministério Público Federal da Alemanha.

Como parte da investigação, documentos falsificados emitidos pelas autoridades ucranianas foram descobertos em sua posse, reforçando evidências de envolvimento direto de Kiev, uma hipótese que “os governos ocidentais até agora evitaram legitimar”, observa a publicação.

Foi determinado que o homem preso fazia parte das forças especiais ucranianas, foi treinado na Academia do Serviço Secreto e tinha ligações com entidades do setor energético de seu país.

O Nord Stream 1 transportava 55 bilhões de metros cúbicos de gás russo anualmente para a Alemanha, especificamente de Vyborg para Winterhall, por uma distância de 1.222 quilômetros, enquanto o Nord Stream 2 ainda não havia entrado em serviço.

“A destruição dos gasodutos marcou um ponto de virada: a Europa perdeu definitivamente sua principal rota de importação de gás russo, enquanto os Estados Unidos consolidaram sua posição como principal fornecedor de gás liquefeito”, observa o especialista Giuseppe Gagliano, autor da análise.

Por isso, a confirmação de que um comando ucraniano foi responsável por esse ato terrorista significa “reconhecer que um país aliado, apoiado política e financeiramente pelo Ocidente, teria atacado os interesses estratégicos da Alemanha e, consequentemente, de toda a União Europeia”, acrescentou Gagliano.

A Alemanha, privada de um canal privilegiado, acelerou sua dependência do gás liquefeito estadunidense, adquirido a preços mais altos nos mercados globais, e a Ucrânia, “apesar do apoio europeu, contribuiu para tornar o continente mais frágil e dependente”, com “um ato de guerra econômica, disfarçado de operação militar”, acrescenta a fonte.

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