Sábado, Agosto 23, 2025
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Comunidades equatorianas se opõem a projeto de mineração

Quito, 22 de agosto (Prensa Latina) Moradores de comunidades que seriam afetadas por um projeto de mineração na província de Cotopaxi denunciaram hoje que o governo equatoriano, juntamente com a empresa canadense Atico Mining, pretendem impor uma consulta ambiental.

Moradores das cidades de Las Pampas e Palo Quemado realizaram um protesto nesta sexta-feira em frente ao Ministério do Meio Ambiente, que em breve será incorporado ao Ministério de Energia e Minas.

Juan Carvajal, representante da Frente Anti-Mineração, considerou lamentável que a entidade encarregada da preservação do meio ambiente conceda autorizações e poderes para que empresas transnacionais entrem em territórios e “façam o que quiserem”.

As consultas são livres, prévias e informadas, e não são realizadas quando um projeto está em estágio avançado de exploração, afirmou Carvajal em declaração à imprensa.

Segundo relatos, o governo pretende realizar o processo de consulta neste sábado, 23 de agosto, em uma convocação que descreve como “precipitada” e em pleno estado de emergência.

Anteriormente, o Movimento Indígena e Camponês de Cotopaxi (MICC) emitiu um comunicado afirmando que esse mecanismo seria “fraudulento” e repetitivo, pois ignora decisões judiciais anteriores que autorizam a exploração minerária em territórios camponeses e indígenas.

O MICC lembrou que, em março de 2024, as comunidades de Palo Quemado e Las Pampas foram palco de uma das mais graves repressões relacionadas à mineração no Equador.

Naquela época, o território estava militarizado e incidentes violentos resultaram em feridos.

Dada a gravidade da situação, um juiz ordenou a suspensão da consulta e a desmilitarização do território. No entanto, posteriormente, um juiz emitiu uma decisão desfavorável às comunidades e, em 15 de agosto, o Tribunal Provincial de Cotopaxi rejeitou o recurso.

“O Ministério do Meio Ambiente solicitou, de imediato, nova consulta ambiental para este sábado, 23 de agosto, sob os mesmos parâmetros de inconstitucionalidade”, afirmou o MICC.

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