Sexta-feira, Agosto 22, 2025
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Cristina Fernández é dura com Milei

Buenos Aires, 22 ago (Prensa Latina) A ex-presidente argentina Cristina Fernández criticou hoje o presidente Javier Milei pelo escândalo de corrupção envolvendo subornos que implica diretamente a secretária-geral da Presidência, sua irmã Karina.

“A atual presidente do Partido Justicialista escreveu em sua conta no X @CFKArgentina: “Não dá para ficar mais escandaloso e vergonhoso e, ainda por cima, a única coisa que você consegue pensar é cortar a pessoa que lhe contou o que estava acontecendo?

“Ei, Milei… Você se lembra da ‘doutrina Vialidad’? …. AQUELA QUE INVENTARAM PARA ME PRENDER E PROSCREVER, com o argumento de que: “Um presidente não poderia deixar de saber o que estava acontecendo em cada obra pública realizada em Santa Cruz e em todo o território nacional”, ela começa seu desabafo.

“Bem… deixe-me dizer-lhe que os 3% de suborno que sua irmã recebe dos remédios para deficientes e que sua amiga e colaboradora Lule Menem pede, é infinitamente pior e muito grave, sério, em termos de responsabilidade criminal”, comenta.

O ex-mandatário se refere ao escândalo que eclodiu na tarde de quarta-feira, quando foram divulgados os áudios do então diretor da Agência Nacional para Deficiência (ANDIS), Diego Spagnuolo, amigo íntimo e advogado da presidente, a quem ela alertou sobre a rede de corrupção.

Spagnuolo afirma na gravação que Karina recebeu uma grande soma de dólares como resultado de pedidos de suborno de laboratórios farmacêuticos que fornecem medicamentos à La Droguería Suizo Argentina SA por meio da ANDIS.

O assessor de campanha Eduardo “Lule” Menem e seu parente, o presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Menem, também estão diretamente envolvidos na rede de corrupção, de acordo com os áudios. “O que você vai dizer agora? Que não sabia? Que não descobriu? Que ‘quem é esse Spagnuolo’? Que não conhece sua irmã? Daaale…”, finalizou a dura crítica de Cristina contra Milei.

O juiz federal Sebastián Casanello ordenou 15 buscas esta manhã, que incluíram a casa de Spagnuolo, a do diretor de Acesso a Serviços de Saúde da ANDIS, Daniel Garbinelli, a farmácia Suizo Argentina S.A. e uma dúzia de casas ligadas aos acusados, incluindo três pertencentes a membros da família Kovalivker, proprietários da empresa farmacêutica.

Nas buscas, lideradas pelo promotor Franco Picardi e nas quais Karina Milei é mencionada, os agentes federais confiscaram dispositivos eletrônicos, documentação e informações relevantes para o caso. Agora, Spagnuolo não estava em casa e está desaparecido, de acordo com relatos da mídia.

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