Sexta-feira, Agosto 22, 2025
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Panamá negocia com a Venezuela a repatriação de migrantes irregulares

Cidade do Panamá, 21 de agosto (Prensa Latina) O presidente panamenho, José Raúl Mulino, afirmou hoje que está negociando com o governo venezuelano a repatriação direta de migrantes irregulares, que atualmente está sendo realizada através da Colômbia.

Em sua habitual coletiva de imprensa semanal, nesta quinta-feira, em um movimento inusitado a partir da província de Darién — até muito recentemente o centro dos fluxos migratórios sul-norte — o presidente observou que, até o momento — com o apoio dos Estados Unidos — foram realizados cerca de 55 voos fretados para o retorno de migrantes indocumentados, 94% deles venezuelanos.

Mulino especificou que estão sendo feitos esforços para repatriar esses cidadãos, mas a operação com as autoridades migratórias de Caracas para levá-los ao local designado ainda não foi finalizada.

O chefe de Estado também elogiou os resultados do combate à migração ilegal por parte de seu governo e afirmou que conseguiram fechar o acampamento de Lajas Blancas, onde, há alguns anos, chegavam cerca de 30 mil migrantes por mês após atravessarem a selva. Esse número diminuiu consideravelmente e, nesta quinta-feira, apenas 10 pessoas foram registradas rumo ao norte.

Ele também indicou que o fluxo migratório irregular sul-norte custou US$ 100 milhões ao orçamento do país.

“Obviamente, quando eliminado, esse fenômeno diminui drasticamente, mas, ao contrário do que se poderia esperar, esse fenômeno também teve um impacto econômico na região”, disse ele.

“Um negócio ilícito acabou para muitas pessoas”, enfatizou, mas insistiu que o impacto positivo na segurança e na humanidade do fechamento do fluxo por Darién é mais importante.

Ele acrescentou que, “graças a Deus no Panamá”, não houve impacto em questões de saúde devido ao fluxo migratório pela região de Darién e à passagem por Paso Canoas a caminho dos Estados Unidos.

Em outra parte de sua fala, Mulino confirmou que viajará ao Brasil no dia 28 de agosto e que sua agenda inclui uma reunião no dia seguinte com os proprietários da empresa bananeira Chiquita Panamá, para negociar a retomada das operações na província de Bocas del Toro, paralisadas após mais de um mês de protestos de trabalhadores.

O presidente panamenho pediu a Francisco Smith, líder sindical do setor bananeiro que havia anunciado uma possível ação judicial contra a empresa e a responsabilizado pela falência da cidade de Changuinola e de todo o território ocidental, que reconsiderasse.

“Ele é acusado criminalmente pelos mesmos crimes, sob uma ordem de restrição, e muito menos pode ser líder de um sindicato que não existe mais, porque não existe mais empresa”, acrescentou.

Mulino concluiu pedindo a Smith que pare de fazer declarações infundadas.

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