O órgão judicial convocou uma audiência pública virtual para segunda-feira, 1º de setembro, para ouvir opiniões sobre as alegações apresentadas por organizações de direitos humanos e sindicatos.
Os autores da ação incluem a Fundação Regional de Assessoria em Direitos Humanos (Inredh), o Comitê Permanente de Defesa dos Direitos Humanos de Guayaquil e a Corporação de Promoção da Mulher.
Também participam a Frente Única dos Trabalhadores (FUT), a União Nacional de Educadores (UNE) e diversas federações trabalhistas.
Os autores da ação alegam que as leis conferem ao Estado poderes excessivos de controle e inteligência.
Alertam que isso pode se traduzir em restrições à liberdade de associação, vigilância indevida e sanções arbitrárias.
O Tribunal convocou para a audiência o Presidente da República, Daniel Noboa, o Presidente da Assembleia Nacional (Parlamento), Niels Olsen, e outras autoridades.
A convocação também foi estendida a universidades, especialistas, sindicatos e qualquer cidadão interessado em apresentar memoriais de amicus curiae, ou seja, contribuições de terceiros que, sem fazer parte do processo, oferecem critérios técnicos ou jurídicos para enriquecer o debate.
Para os denunciantes, a Lei de Inteligência, defendida pelo governo Daniel Noboa, viola o direito à privacidade e ao devido processo legal ao permitir o acesso a dados pessoais e comunicações sem ordem judicial e garantir impunidade aos agentes, entre outras violações.
No início de agosto, o Tribunal Constitucional suspendeu vários artigos deste e de outros dois regulamentos de interesse do Poder Executivo.
O órgão de controle constitucional analisará na próxima semana as ações judiciais contra as leis de Solidariedade Nacional (25 de agosto) e de Integridade Pública (27 de agosto).
Noboa acredita que a decisão de suspender temporariamente essas iniciativas limita a capacidade de seu governo de combater a corrupção e fortalecer as políticas de segurança.
Por isso, ele convocou uma marcha contra o Tribunal Constitucional que reuniu milhares de pessoas em Quito em 12 de agosto.
Ao longo da marcha, outdoors com os rostos dos juízes acusados de “roubar a paz” foram exibidos.
Em um comunicado, 70 organizações da sociedade civil equatoriana rejeitaram a posição contrária à decisão do Tribunal de suspender vários artigos desta e de outras leis que consideram inconstitucionais.
“Todas essas ações buscam desacreditar a atuação técnica e jurídica do Tribunal Constitucional e minar suas funções”, afirmou o comunicado.
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