Terça-feira, Agosto 19, 2025
NOTÍCIA

Acampamentos de pessoas deslocadas no Haiti com sarna e disenteria

Porto Príncipe, 11 ago (Prensa Latina) A disenteria, a sarna e a desnutrição estão dificultando a vida dos haitianos que vivem em acampamentos onde se refugiam da violência das gangues.

Um estudo realizado pela MEDIC Haiti e pelo Movimento Point Final descreveu como dramática a situação da saúde em sete desses complexos em Porto Príncipe e três em Léogâne.

A pesquisa constatou que 98% das pessoas deslocadas sofrem de sarna, 85% das crianças entre um e seis anos de idade têm diarreia ou disenteria, agravada por água contaminada e parasitas intestinais.

A desnutrição aguda ou moderada afeta 80% das crianças, e as infecções respiratórias agudas afetam 70% dos bebês de 1 a 10 anos de idade, segundo o Haiti Libre.

Anteriormente, o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) informou que a cólera continua a afetar os assentamentos de deslocados internos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 34 novos casos suspeitos de cólera foram registrados em seis departamentos entre 13 e 19 de julho.

A maioria desses casos estava ligada a locais de deslocados internos, onde o acesso à água potável e ao saneamento é limitado.

As autoridades de saúde identificaram cinco pontos críticos de transmissão ativa, principalmente em Porto Príncipe e nas regiões norte.

Os funcionários da OCHA continuam a realizar atividades essenciais de prevenção e controle da cólera.

O Haitian Times, um jornal on-line, lembrou que o Haiti passou mais de um século sem nenhum caso de cólera até 2010, quando as forças de paz da ONU do Nepal contaminaram o rio Artibonite com esgoto infectado.

O surto se espalhou rapidamente, adoecendo cerca de 820.300 pessoas e matando quase 10.000.

Após anos de esforços coordenados de saúde pública, o Haiti registrou seu último caso confirmado em janeiro de 2019.

A Organização Mundial da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde declararam a doença eliminada em fevereiro de 2022.

Esse progresso diminuiu em outubro de 2022, quando novas infecções surgiram em Porto Príncipe durante um período de agitação civil e agravamento da crise humanitária.

A cólera está se espalhando novamente, especialmente entre as pessoas deslocadas pela violência das gangues, destacando a fragilidade do sistema de saúde do país e a necessidade urgente de acesso a água potável e saneamento em acampamentos e áreas de alto risco.

mem/joe/bm

RELACIONADAS

Edicão Portuguesa