Dirigido pelo múltiplo ganhador do Oscar Christopher Nolan, os signatários do manifesto no Festival Internacional de Cinema do Saara (FiSahara) assinalaram que os produtores estão ignorando o povo saharaui e se curvando aos desígnios da força ocupante, o Marrocos.
No calor do FiSahara, nos campos de refugiados saharauis na região da fronteira com a Argélia, os diretores Rodrigo Sorogoyen, Benito Zambrano e Fernando Colomo, e os atores Juan Diego Botto, Carolina Yuste, Luis Tosar, Javier Gutiérrez, Carlos Bardem e Guillermo Toledo, entre outros, também se manifestaram.
O texto solicitava que a Universal Pictures, a Syncopy e Nolan “quebrassem o silêncio sobre o motivo pelo qual escolheram a cidade de Dakhla, ocupada pelos marroquinos, no Saara Ocidental, como local de filmagem das cenas do filme”.
“O Sr. Nolan filmou lá sem o consentimento do povo saharaui. O único consentimento que ele recebeu veio da força de ocupação: o Marrocos. Até hoje, Dakhla e o Saara Ocidental não são o local de sonho que Nolan imagina para seu filme”, denunciaram.
“Nolan e sua equipe podem ter contribuído involuntariamente para a repressão do povo do Saara Ocidental, ajudando a normalizar a ocupação brutal do Marrocos”, disseram eles.
Eles também lembraram que o povo saharaui foi expulso de sua terra em 1975, “forçado a fugir para o deserto e bombardeado com fósforo branco e napalm por aviões marroquinos e franceses”.
Ao mesmo tempo, eles convidaram Nolan a “usar sua poderosa plataforma para esclarecer a situação dos saharauis sob ocupação marroquina e aqueles que vivem em condições terríveis nos campos de refugiados na Argélia”.
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