Na última semana, Trump registrou alguns de seus índices de apoio mais baixos, com seus índices de aprovação líquida na média do Decision Desk HQ (DDHQ) caindo mais de nove pontos abaixo da média.
Ele tem visto quedas, particularmente entre os independentes e em sua abordagem de certas questões-chave, como a imigração, embora sua base eleitoral permaneça forte.
No entanto, o presidente está tentando administrar a persistente dor de cabeça decorrente do ressurgimento do controverso caso do financista e pedófilo falecido Epstein. Embora seus números não tenham chegado ao fundo do poço, eles indicam um momento difícil para Trump, que também se gaba de certos triunfos.
Lee Miringoff, diretor do Instituto de Opinião Pública da Universidade Marista, disse que as rápidas mudanças na sorte política de Trump se devem à sua capacidade de “manter os holofotes em constante movimento”, o que exige redirecionar a atenção das pessoas para seu próprio benefício, informou o The Hill.
“Mas as vitórias têm um preço: são efêmeras, e o resultado é que ainda há muito que as pessoas sentem que não foi alcançado e que ele não cumpriu muitas de suas promessas de campanha, embora algumas delas tenham sido claramente escritas e proferidas durante a campanha”, acrescentou.
Trump estava em uma posição política consideravelmente mais forte quando superou com sucesso vários obstáculos no Congresso com seu “grande e belo projeto de lei” e o sancionou em 4 de julho.
Em junho, a Suprema Corte não conseguiu resolver a disputa judicial sobre seu decreto que encerrava a cidadania por direito de nascimento, mas lhe garantiu uma vitória ao impedir que juízes de instâncias inferiores expedissem liminares em todo o país.
É verdade que o número de imigrantes detidos após cruzarem ilegalmente a fronteira EUA-México caiu para um nível recorde, e ele também ordenou ataques contra três instalações nucleares iranianas, seguidos por um cessar-fogo entre Israel e o Irã, que permanece em vigor, acrescentou a publicação.
No período que antecedeu e durante parte desse período, o índice de aprovação de Trump mostrou sinais de melhora modesta, indicou a análise.
No entanto, desde então, vários indicadores da opinião pública sobre o governo têm apontado na direção errada para Trump, alertou o jornal.
O índice de aprovação líquida atingiu seu ponto mais baixo até o momento no DDHQ na segunda-feira, caindo 9,2 pontos, enquanto a desaprovação, segundo o RealClearPolitics, atingiu seu ponto mais alto na quarta-feira, com 52,7%. Uma pesquisa Gallup pode ser indicativa para Trump e o Partido Republicano, já que apenas 37% dos entrevistados aprovam seu desempenho no cargo, abaixo dos 40% no mês passado e dos 43% em maio.
O principal grupo que impulsiona a crise parece ser o dos independentes, com apenas 29% de aprovação do desempenho do presidente e, como argumentam alguns críticos, qualquer período de carência desfrutado por Trump acabou.
“A lua de mel acabou porque, como de costume, o caos e a instabilidade do governo Trump não geraram, não se resolveram, não produziram os resultados que os trabalhadores precisam para melhorar suas vidas cotidianas”, disse o estrategista democrata Joe Caiazzo, citado pela mídia.
Ele alertou que a inflação contínua em meio à política tarifária de Trump, juntamente com as batidas dos agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) e suas prisões em locais como escolas, hospitais e igrejas, são fatores que estão prejudicando o ocupante do Salão Oval.
Uma descoberta reveladora das pesquisas é que Trump está começando a ter dificuldades com a percepção pública sobre sua gestão da imigração, uma questão que há muito tempo é um de seus maiores pontos fortes.
Uma investigação da Reuters/Ipsos revelou que o índice de aprovação do presidente Trump sobre o assunto caiu para a mínima histórica de 41% durante seu segundo mandato, e tudo começou após o aumento das operações do ICE na Califórnia.
arc/dfm/glmv
