O político de extrema direita também foi proibido de acessar as redes sociais e sofreu restrições de movimento devido ao risco de fuga e obstrução da justiça.
As medidas, apoiadas pelo Ministério Público Federal, respondem a indícios de que Bolsonaro estaria tentando se esquivar do processo judicial que o investiga por liderar uma tentativa de golpe em 2022 para impedir a posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante as buscas, os agentes apreenderam cerca de 14 mil dólares e oito mil reais em espécie (1.440 dólares), recursos supostamente ligados ao financiamento das atividades de seu filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, que está entrando com uma ação junto ao governo de Donald Trump para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro deverá permanecer em sua residência entre 19:00 e 07:00 horas, horário local, não poderá se comunicar com diplomatas estrangeiros ou outros investigados no caso e sua localização será monitorada 24 horas por dia pelo dispositivo eletrônico.
A decisão judicial ocorreu em meio a uma crise diplomática desencadeada por Trump, que impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e exigiu publicamente que o processo criminal contra Bolsonaro fosse arquivado, chamando-o de “caça às bruxas”.
Em uma carta divulgada na quinta-feira, o republicano reiterou seu apoio ao ex-governador e pediu o fim imediato do processo, ações que o governo de Lula denunciou como chantagem e interferência na soberania nacional.
O STF mantém aberta a ação penal por cinco crimes, incluindo organização criminosa e atentado ao estado democrático de direito, após encontrar provas como um decreto para anular as eleições de 2022, descoberto em 2023 na casa de um ex-ministro de Bolsonaro.
A defesa do ex-presidente manifestou indignação com as medidas, alegando que ele sempre cumpriu as decisões judiciais, e anunciou que faria um pronunciamento após analisar a decisão.
O caso reflete a tensão entre a independência do sistema judiciário brasileiro e as pressões externas, reafirmando a posição do governo de defender a autonomia nacional contra a intervenção estrangeira.
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