Alberto está sendo julgado no chamado caso Seguros, que investiga supostas irregularidades em contratos de seguros durante sua gestão na Casa Rosada.
Sua advogada, Mariana Barbitta, interpôs recurso de apelação à Justiça Federal de Buenos Aires para que a acusação seja julgada improcedente, enquanto a investigação prossegue e novas provas são solicitadas.
Ela interpôs o recurso após a denúncia emitida na sexta-feira passada pelo juiz federal Sebastián Casanello por supostas “negociações incompatíveis com o exercício de cargo público”.
A defesa sustenta que o ex-presidente foi acusado de crimes pelos quais nunca foi interrogado e de “conduta inédita”, sem ter tido a oportunidade de se defender, informou a agência de notícias argentina.
A acusação foi feita com base em “uma base fática e jurídica”, sobre a qual Fernández não foi questionado e, em resposta, sua defesa alegou falta de mérito.
Entre as “condutas inéditas” que o advogado acredita fazerem parte da acusação está a atribuição a Alberto Fernández da criação de um cargo de secretária particular para María Cantero, esposa do corretor da bolsa Héctor Martínez Sosa, ambos também sob investigação.
Ele também é acusado de instalar “um escritório que se tornou sede de um grupo empresarial, do qual ele próprio participou”.
A defesa aludiu à gravidade institucional e democrática de processar um ex-presidente “com base em uma investigação jornalística” sem uma investigação judicial “séria, ampla e objetiva”. O documento se referia a “perseguição infundada”, e o Tribunal de Apelações deve agora se pronunciar.
Algo semelhante aconteceu com Cristina Fernández, cujo caso Roads foi iniciado por um jornalista da oposição e levou a um primeiro julgamento em 2008, embora o veredito tenha exonerado a ex-dignitária de todas as acusações, pois não havia provas para indiciá-la.
Durante o mandato do direitista Mauricio Macri, os poderes econômicos a julgaram novamente pelo mesmo motivo em dezembro de 2017, e o processo foi apressado quando ela se candidatou a deputada pela Província de Buenos Aires há alguns meses.
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