O documento prevê o compromisso dos professores de retornar às salas de aula e reiniciar o ano letivo normalmente a partir da próxima segunda-feira, interrompido por protestos no setor público desde 23 de abril.
De acordo com o comunicado oficial, 21 grupos assinaram o texto, mas cerca de quatro indicaram que devem primeiro consultar seus eleitores, incluindo a Associação de Professores do Panamá (Asoprof) e a Associação de Educadores de Veraguas, que exigiram a revogação ou alterações na Lei 462 do Fundo de Seguridade Social, questão que nem sequer foi discutida nessas negociações.
Representantes do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação e da Associação do Movimento Sindical de Educadores da República do Panamá também não assinaram o texto, apurou a Prensa Latina.
Os professores também exigiram o pagamento retroativo dos salários descontados desde o início da greve, a suspensão dos processos de substituição dos professores notificados e a garantia de que nenhuma ação será tomada contra os que participaram dos protestos.
No entanto, o documento assinado não garante o pagamento dos salários e, em relação aos processos de substituição, Molinar indicou que não serão realizados mais, mas os que já foram realizados — cerca de 700 casos em todo o país — devem seguir o devido processo legal.
Em relação a essa situação tensa, que mantém o país em alerta há mais de dois meses, o líder da Asoprof, Diógenes Sánchez, questionou as medidas repressivas tomadas pelo governo de José Raúl Mulino para expulsar centenas de professores. Sánchez enfatizou que a luta continuará em outras frentes, como a interposição de recursos judiciais perante a Suprema Corte de Justiça por violações de seus direitos trabalhistas e civis.
Na última quinta-feira, em sua coletiva de imprensa semanal, o chefe de Estado afirmou que é preciso abrir um precedente duro contra os professores em greve por aposentadorias dignas, a quem acusou de prejudicar a educação nacional.
Para Sánchez, a solidariedade de outros setores é necessária diante da recusa de Mulino em dialogar, o que contradiz a postura de deputados e representantes da Igreja Católica, que ouviram suas reivindicações a fim de buscar soluções negociadas para o conflito.
Esta semana, também se soube que o Parlamento Europeu concordou em excluir o Panamá de sua lista de jurisdições de alto risco com deficiências no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.
Sobre a decisão, o governo elogiou a recuperação da confiança internacional do país, o que, por sua vez, abre portas para investimentos estrangeiros do Velho Continente no país centro-americano.
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