Sexta-feira, Maio 23, 2025
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Pedido de indenização da ex-presidente Rousseff é ouvido no Brasil

Brasília, 22 mai (Prensa Latina) A Comissão de Anistia do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania do Brasil analisa hoje uma solicitação da ex-presidente Dilma Rousseff, que pede uma indenização pela perseguição que sofreu durante a ditadura militar (1964-1985).

Durante a revisão, Dilma ou um representante designado por ela terá o direito de falar por 10 minutos antes da votação.

O colegiado é composto por 21 membros. Em 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro, a comissão negou o pedido apresentado pelo ex-presidente (2011-2016).

Por unanimidade, os membros consideraram que não era apropriado conceder o pedido porque ele já havia sido aceito pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, com os mesmos argumentos apresentados ao conselho.

Após a negação, a defesa do ex-presidente entrou com um recurso, que será julgado na quinta-feira. Rouseff está pedindo uma indenização mensal de 10.700 reais (cerca de 1.900 dólares).

Ela se candidatou em 2002, quando a Comissão de Anistia foi criada.

Desde então, o documento passou por várias partes do portfólio de justiça antes de estar pronto para discussão.

No pedido, os advogados argumentam que, além de ter sido detida e torturada durante o regime militar, Rouseff foi impedida de retomar o curso de economia na Universidade Federal de Minas Gerais (sudeste).

Anos depois, ela também foi pressionada pelo regime a deixar seu emprego na Fundação de Economia e Estatística da divisão territorial do Rio Grande do Sul. No ano passado, no 60º aniversário do golpe militar de 1964, a ex-guerrilheira destacou que, há seis décadas, “forças reacionárias e conservadoras se uniram, romperam a Constituição, traíram a democracia e eliminaram as conquistas culturais, sociais e econômicas da sociedade brasileira”.

Ela disse que “no passado, como agora, a história não apaga os sinais de traição à democracia, nem limpa da consciência nacional os atos de perversidade daqueles que exilaram e mancharam a vida brasileira com sangue, tortura e morte por 21 anos”.

Criada por lei em 2014, no governo Dilma, a Comissão Nacional da Verdade apresentou seu relatório final e concluiu que a prática de detenções ilegais e arbitrárias, tortura, execuções e desaparecimentos forçados foram resultado de uma política de Estado contra a população civil, qualificando-os como crimes contra a humanidade.

No total, 434 casos de mortes e desaparecimentos de pessoas sob a responsabilidade do Estado brasileiro foram identificados durante o período de 1946 a 1988.

Atualmente, Dilma é presidente do banco de desenvolvimento Brics, um bloco liderado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

rc/ocs/bm

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