Embora o período de excepcionalidade tenha terminado, a declaração de conflito armado interno, emitida em 9 de janeiro, permitirá continuar as operações de enfrentamento às 22 grupos declarados terroristas, bem como contra o crime comum.
O Tribunal Constitucional (CC), em duas decisões datadas de 29 de fevereiro e 21 de março de 2024, especificou que as Forças Armadas podem mobilizar-se e intervir uma vez terminado o estado de emergência, porque o Decreto Executivo 111 se aplica no Equador (estado de guerra).
O secretário de Comunicação da Presidência, Roberto Izurieta, disse na semana passada que os militares não deixarão de atuar nas operações prisionais até conhecerem os resultados da consulta popular e do referendo do dia 21 de abril.
Assim, os fardados continuarão nas operações que o Executivo enquadra no chamado Plano Phoenix, uma estratégia de segurança promovida pelo Presidente Noboa durante a sua campanha e da qual atualmente existem dúvidas sobre o seu conteúdo e eficácia.
Segundo dados da polícia, durante a Semana Santa ocorreram 137 assassinatos, doze deles ocorridos em dois ataques armados na província costeira de Guayas, uma das mais afetadas pela violência no país.
Apesar da militarização e do recolher obrigatório, os raptos e as extorsões multiplicaram-se em algumas cidades durante os 90 dias do estado de emergência, embora o Governo garanta que as mortes violentas em geral diminuíram a nível nacional.
“Não há resultados concretos, nem números reais do famoso Plano Fênix. Na verdade, acredito que ele nem existe e é apenas parte do jargão discursivo do presidente Noboa”, disse o advogado e analista político Mauro Andino.
Em diversas ocasiões, os especialistas em segurança alertaram que os estados de excepção não são a solução para a violência, mas que são necessárias outras medidas para resolver a raiz do problema: desigualdade, pobreza, desemprego, falta de oportunidades.
De acordo com os últimos números divulgados sobre o andamento do Plano Fénix no quadro do conflito armado interno e do estado de emergência, estão registados mais de 13 mil detidos, dos quais 280 por terrorismo.
Além disso, o presidente está comprometido com a consulta popular marcada para 21 de abril com o suposto objetivo de adotar outras ações contra a insegurança, porém sua proposta é considerada desnecessária por diversas organizações políticas e sociais.
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